Presidente do Irão, Ebrahim Raisi, condena “resolução do Parlamento Europeu (PE)” para sancionar Guarda Revolucionária

O Presidente do Irão, Ebrahim Raisi, condenou hoje a resolução aprovada pelo Parlamento Europeu pedindo a inclusão da Guarda Revolucionária iraniana na lista de “grupos terroristas” devido à repressão dos protestos no país contra o regime.

O Presidente do Irão, Ebrahim Raisi, condenou hoje a resolução aprovada pelo Parlamento Europeu (PE) pedindo a inclusão da Guarda Revolucionária iraniana na lista de “grupos terroristas” devido à repressão dos protestos no país contra o regime.

“É uma medida proveniente do desespero e que ocorre após as fracassadas tentativas [dos países europeus] de golpear os iranianos nas ruas”, afirmou Raisi, numa referência aos protestos que agitaram o país desde a morte da jovem Mahsa Amini em setembro.

O chefe de Estado recordou que a Guarda Revolucionária é uma “força oficial” do país e assegurou que a sua designação como grupo terrorista contraria “as leis internacionais e a Carta das Nações Unidas”.

A Guarda Revolucionária do Irão (GRI) é um corpo militar de elite com grande influência política e económica no Irão, e um importante peso no Médio Oriente.

Esta força é um dos ramos das Forças Armadas do Irão, fundada há quatro décadas com o objetivo de proteger o sistema teocrático da República Islâmica, e integra 150.000 efetivos militares, entre forças terrestres, aéreas e navais.

O Parlamento Europeu aprovou uma resolução que pede ao Conselho da União Europeia (UE) que considere a Guarda Revolucionária como uma “organização terrorista”, incluindo as suas unidades especiais, como a milícia paramilitar Basij e a Força Quds.

O PE também pediu que o líder supremo do Irão, Ali Khamenei, Raisi, e os seus familiares, sejam sancionados, para além de considerar o procurador-geral Mohamad Jafar Montazeri também responsável pela repressão dos protestos.

As manifestações no Irão iniciaram-se com a morte de Amini em meados de setembro de 2022, e evoluíram para uma contestação ao regime.

As autoridades responderam com uma forte repressão policial que provocou cerca de 500 mortos e perto de 20.000 detenções, segundo dados de organizações não-governamentais (ONG) sediadas fora do Irão.

Quatro manifestantes já foram executados sob a acusação de terem morto agentes dos serviços de segurança durante os protestos, e outras 17 pessoas também foram condenadas à morte por enforcamento.

Os protestos diminuíram consideravelmente após a execução dos quatro condenados, e nas últimas semanas apenas se têm registado pequenas mobilizações de rua.

 

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