Rússia: O Presidente russo, Vladimir Putin não espera qualquer mudança de política nos EUA com Biden

Putin não espera mudança nas relações da Rússia com os Estados Unidos. Já Serguei Riabkov, encarregado das relações com Washington, não espera “nada de bom” de Biden.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse esta quarta-feira não esperar qualquer mudança nas relações com os Estados Unidos com a chegada à Presidência norte-americana de Joe Biden em janeiro, num contexto de aumento das tensões bilaterais.

“Em relação à questão da mudança na liderança dos Estados Unidos e à possibilidade de se tornar mais difícil para nós, não acredito, creio que será como sempre”, declarou numa reunião com responsáveis russos, apelando à continuação do desenvolvimento das capacidades económicas e militares da Rússia para enfrentar “as dificuldades e as ameaças”.

Já esta quarta-feira o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros russo, encarregado das relações com Washington, Serguei Riabkov, tinha assegurado não esperar “nada de bom” do futuro Presidente norte-americano, considerando que muitos dos que o rodeiam “fizeram carreira na russofobia, derramando fel” sobre o seu país.

Riabkov considerou que “a política dos Estados Unidos em relação à Rússia é profundamente hostil”, defendendo que Moscovo deveria ter apenas um“diálogo seletivo” com Washington, visando apenas os “assuntos que interessam à Rússia”.

Algumas horas antes, Joe Biden tinha prometido responder ao gigantesco ciberataque que visou os Estados Unidos e é atribuído à Rússia

“Quando for informado da extensão dos danos e da identidade dos responsáveis, estes podem ter a certeza que responderemos”, ameaçou.

Biden também criticou Donald Trump por minimizar o alegado papel da Rússia, acusando o presidente cessante de inação.

Washington aplicou múltiplas sanções contra a Rússia, sobretudo devido a pirataria informática e a acusações de ingerência nas presidenciais de 2016. O campo democrata de Biden considera que Moscovo fez tudo para que Trump fosse eleito e acusou alguns dos seus próximos de conluio com os russos.

Também esta quarta-feira, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergei Lavrov, prometeu uma “resposta” a recentes medidas norte-americanas visando empresas russas, além de chinesas.

O chefe da diplomacia russa sublinhou que, além de uma resposta “simétrica”, Moscovo tirará “conclusões adicionais” acerca do conjunto das relações bilaterais.

Os diplomatas russos e norte-americanos têm várias questões a resolver assim que a nova administração se instale na Casa Branca.

No topo da lista está a eventual prorrogação do tratado de desarmamento New Start, o último grande acordo que rege parte dos arsenais nucleares dos rivais geopolíticos e que expira em fevereiro.

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