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Sondagens: “Mais um tiro no pé do MPLA/Executivo”

O jornalista e director de informação da Rádio MFM, João de Almeida, traz, neste domingo, no seu facebook, uma boa pergunta sobre o “exagero” da verba exigida a empresas que pretendam fazer sondagens, estudo de opinião e tendências em Angola, uma quantia exacta de AKZ 250.000.000,00 (duzentos e cinquenta milhões de kwanzas), cerca de 300 mil dólares americanos, de acordo com uma lei que está por ser aprovada no Parlamento.

Salvo melhor constatação, modéstia à parte, o cidadão e jornalista Carlos Alberto, na altura ainda Conselheiro da ERCA, foi o primeiro a levantar este assunto, nas redes sociais, desde 2018, tendo em conta uma lacuna e arbitrariedades, a céu aberto, do que a empresa MARKTEST tem feito em Angola, considerando “sondagens” a audiências de órgãos de comunicação social e uma eventual aceitação pública de líderes de partidos políticos.

Chamámos atenção, na altura, de que era preciso que a Entidade Reguladora da Comunicação Social Angolana (ERCA) impusesse regras neste sector de sondagens, tal como acontece em Portugal, Cabo Verde e Moçambique, onde as empresas devem ser registadas nos órgãos reguladores da imprensa, incluindo a própria MARKTEST – considerando que um estudo de opinião ou sondagens não deixa de ser produção de conteúdos para a imprensa, sujeito, por lei, à imparcialidade, isenção, rigor, verdade, honestidade, etc., para não se induzir o público a “sondagens encomendadas” e, com isso, definir-se votos contra alguém alegadamente em desfavor.

Para o meu espanto – na verdade, não é um espanto, é o MPLA/Executivo a provar sempre não estar a apostar nas pessoas certas para os lugares certos, para não variar! -, o Executivo/MPLA prepara uma lei que exige uma quantia de 250 milhões de kwanzas para empresas que pretendam entrar neste sector de sondagens e estudo de opinião.

Eu pergunto: quem tem mais dinheiro, neste momento, em Angola? Quem mais tem probabilidade de criar uma empresa de sondagem, face a este valor de 250 milhões de kwanzas, exigido? É quem andou fora ou dentro da corrupção que está a ser combatida por João Lourenço?

Tal como afirmei no post de João de Almeida, “neste momento deverá haver mais pessoas a pretender fazer sondagens contra João Lourenço e que, por via dessa vontade, será fácil conseguir-se este dinheiro. O PORTAL A DENÚNCIA, respondendo a João de Almeida, não tem o propósito de fazer opinião contra ninguém. Apenas apresenta factos, com base num Jornalismo Investigativo. Nós não olhamos para a cor dos olhos dos autores de eventuais crimes para investigar. Todos os males, independentemente dos seus autores, são de interesse do PORTAL A DENÚNCIA. Já os “marimbondos” só estão interessados em matérias contra João Lourenço. Portanto, eles vão conseguir pagar este valor para dizer a todos que João Lourenço tem menos aceitação que os seus opositores. Delapidaram o país. Têm dinheiro para tal. Eles não olham para meios para se alcançar os fins: tirar do poder quem está a combater a corrupção. Por isso, repito: não te preocupes, que eles pagam.”

Fica claro, com este comentário, que o referido montante é mais um tiro no pé do MPLA/Executivo, que não percebe que, ao exigir valores altos para a produção de conteúdos com carácter jornalístico e de difusão massiva, só favorece exactamente os adversários de quem está a combater a corrupção: João Lourenço.

Não tenho dúvidas de que a Casa Civil do Presidente da República e outras instituições que definem a estratégia do país, na era João Lourenço, estejam a investir para que João Lourenço seja mesmo “expulso” do Palácio Presidencial em 2022.

Não se precisa ser cientista para se perceber que quanto mais baixo forem os valores exigidos para a formação de órgãos de comunicação (incluindo os de sondagem), maior será a probabilidade de termos empresas angolanas constituídas por angolanos que não se deixaram levar pela delapidação do país. É a lógica.

O Executivo, com estes preços altos, está a dar mais vantagens aos “marimbondos”, que diz estar a combater (para inglês ver?), para até combater o Presidente da República João Lourenço, porque são eles que têm os cofres cheios para pagar tudo e a todos.

Carlos Alberto

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