Ucrânia: Grupo de mais de “cem angolanos” procura refúgio no país vizinho Polónia

Um grupo de 168 angolanos residentes na Ucrânia deverá chegar hoje à Polónia, tendo sido acolhidos pela Embaixada de Angola naquele país, noticia o Jornal de Angola.

Segundo o Jornal de Angola, que cita o responsável pela comunidade angolana na Ucrânia, Manuel de Assunção, os 168 angolanos vão chegar em grupos separados a uma zona da fronteira com a Polónia, entrando depois de uma só vez.

A Embaixada de Angola na Polónia está a proceder desde sábado, por um período de sete dias, ao acolhimento e retirada dos estudantes angolanos “que o desejarem” no posto fronteiriço de Korczowa-Krokowets, aconselhando-os a fazerem-se acompanhar dos respetivos documentos de viagem, segundo um comunicado do consulado de Angola no Reino Unido.

Manuel de Assunção, “o líder da comunidade angolana na Ucrânia, chegou na manhã de sábado à fronteira com a Polónia, com mais de 30 angolanos, depois de 18 horas de viagem de comboio, num percurso de mais de 800 quilómetros desde Dnipro, cidade que está perto de Donetsk e de Lugansk, ocupadas pelos separatistas ucranianos desde 2014”, relata o Jornal de Angola.

O jovem de 29 anos e estudante de arquitetura na Ucrânia, onde reside há sete anos, comprou o bilhete de 100 euros, notando a especulação dos preços, que oscilavam antes entre os 25 e os 50 euros, numa altura em que “muita gente quer sair da Ucrânia”, procurando segurança na Polónia.

Milhões de refugiados

Segundo estimativas, a Polónia deverá receber cinco milhões de refugiados, entre ucranianos e estrangeiros de várias nacionalidades.

“A Rússia lançou na quinta-feira de madrugada uma ofensiva militar na Ucrânia, com forças terrestres e bombardeamento de alvos em várias cidades, que já provocaram cerca de 200 mortos, incluindo civis, e mais de 1.100 feridos, em território ucraniano, segundo Kiev”. A ONU deu conta de perto de 370 mil deslocados para a Polónia, Hungria, Moldávia e Roménia.

O Presidente russo, Vladimir Putin, disse que a “operação militar especial na Ucrânia visa desmilitarizar o país vizinho e que era a única maneira de a Rússia se defender, precisando o Kremlin que a ofensiva durará o tempo necessário”.

O ataque foi condenado pela generalidade da comunidade internacional e motivou reuniões de emergência de vários governos, incluindo o português, e da Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO), UE e Conselho de Segurança da ONU, tendo sido aprovadas sanções em massa contra a Rússia.

 

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