Ucrânia: Volodymyr Zelensky recusa “ultimato” russo e pede “diálogo”

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse hoje que não aceita o “ultimato” do Kremlin para parar a invasão e pediu ao seu homólogo russo, Vladimir Putin, que saia da sua “bolha” e inicie o “diálogo”.

Esta foi a resposta do presidente ucraniano quando questionado, em entrevista à rede norte-americana ABC, sobre o anúncio do Kremlin, que propôs interromper a sua ofensiva se Kiev renunciar à adesão à NATO, reconhecer a Crimeia como território russo e reconhecer a independência da região do Donbass, parcialmente ocupada por milícias pró-Rússia.

“Este é outro ultimato e não estamos preparados para ultimatos”, disse Zelensky durante a entrevista, que vai para o ar na íntegra esta noite.

O presidente ucraniano afirmou que “o que Putin deve fazer é iniciar o diálogo em vez de viver numa bolha de informação sem oxigénio”.

“Ele está numa bolha a receber informações e não sabemos se as informações que lhe dão são realistas”, disse.

Questionado sobre a recusa da NATO e de Washington em impor uma zona de exclusão aérea na Ucrânia, Zelensky insistiu que é necessário derrubar mísseis russos para “preservar vidas” de civis, já que, observou, há bombardeamentos contra universidades e hospitais.

“Tenho a certeza de que os bravos soldados americanos derrubariam (os mísseis russos) que são lançados contra os estudantes. Tenho a certeza de que não hesitariam em fazê-lo”, disse.

O secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, reiterou hoje, durante uma visita à Letónia que nem Washington nem a NATO apoiarão uma zona de exclusão aérea sobre a Ucrânia, pois isso significaria tornar a Aliança “parte” do conflito.

“A posição assumida pela NATO é enviar armas aos ucranianos para se defenderem do ataque russo, mas não enviar soldados ou aviões para a Ucrânia, país que não faz parte da Aliança”.

A Rússia lançou na madrugada de 24 de fevereiro uma ofensiva militar na Ucrânia que, segundo as autoridades de Kiev, já fez mais de 2.000 mortos entre a população civil.

Os ataques provocaram também a fuga de mais de 1,7 milhões de pessoas para os países vizinhos, de acordo com a ONU.

A invasão russa foi condenada pela generalidade da comunidade internacional que respondeu com o envio de armamento para a Ucrânia e o reforço de sanções económicas a Moscovo.

 

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