O antigo presidente da UNITA Isaías Samakuva voltou a assumir a liderança do segundo maior partido angolano, depois do Tribunal Constitucional (TC) ter anulado o congresso de Novembro de 2019, que elegeu Adalberto Costa Júnior presidente.
No dia da passagem das pastas, em entrevista exclusiva à VOA, Samakuva rejeita acusações de ter um candidato próprio e de estar interessado na queda de Costa Júnior e defende a união do partido para fazer frente aos desafios eleitorais.
Isaías Samakuva refuta a ideia de que tenha um candidato para o congresso da UNITA que vai eleger o novo presidente do partido.
“Eu não caio nisto, você vai ter um candidato e depois é chumbado, continua a ser seu candidato quem quer concorrer concorra”, respondeu Samakuva, quando questionado se tem interesse em apontar alguém.
Em relação ao facto de, em determinados círculos, ele ser muitas das vezes apontado como um dos interessados na queda de Adalberto Costa Júnior, Samakuva rejeita a acusação.
“Nunca estive interessado. A minha posição é que quando se elege alguém com ou contra a nossa vontade, vamos a eleições, há um candidato que vence, vamos trabalhar e o seu trabalho será avaliado no fim do mandato, e se quiser se candidatar candidata-se e se os militantes acharem que não satisfaz, deve-se fazer mudanças”, sublinha.
Samakuva refuta também algumas opiniões de que tem sido pressionado, pelo partido no poder e por alguns militantes da UNITA, para deixar cair Costa Júnior.
“Ninguém me pressiona, não sinto pressão de ninguém, eu não sou muito vulnerável a pressões, penso com a minha própria cabeça”, assegura.
Questionado se abandona a liderança do partido ainda neste ano, o sucessor de Jonas Savimbi após a morte do fundador e líder histórico do partido remeteu à reunião da Comissão Política que vai ser realizada brevemente.
Neste momento, depois da UNITA decidir não recorrer à decisão do TC que anulou o congresso de 2019, Isaías Samakauva, que classifica a decisão de política, defende que é hora de os militantes da UNITA harmonizarem algumas ideias e procurarem os factores que os une.
“Nós precisamos exactamente de unidade entre todos os membros do partido e depois precisamos, todos de unidade no pensamento e na acção”, diz o líder do segundo maior partido da oposição, que desafiou os dirigentes e militantes a se prepararem para os desafios eleitorais que se avizinham.
“Quando a coisa está feita… eu penso que não vale a pena chorarmos sobre o leite derramado como se costuma a dizer, agora precisamos é trabalhar rápido”, sublinha Samakuva.
Na sexta-feira, 8, a UNITA anunciou que Isaías Samakuva voltava a assumir a presidência do partido até à eleição de um novo presidente a ser eleito num congress cujda data será anunciada na segunda quinzena deste mês.