spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Central Geral dos Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSSILA) e o Governo reuniram mas “sem avanço” nas negociações

A Central Geral dos Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSSILA) e Governo continuam sem acordo sobre aumentos do salário mínimo e dos funcionários públicos, disse hoje à Lusa o porta-voz dos sindicalistas após a primeira reunião realizada depois da primeira fase de uma greve geral.

“O Governo trouxe as mesmas propostas que estiveram na origem da greve, não melhorou nada”, referiu Teixeira Cândido, porta-voz dos sindicalistas e também secretário-geral do Sindicato dos Jornalistas Angolanos (SJA), no final do encontro, o primeiro depois da primeira fase da greve geral, que decorreu entre os dias 20 e 22 de março.

Três centrais sindicais apresentaram ao Presidente angolano, João Lourenço, em setembro de 2023, um caderno reivindicativo, a exigir aumento do salário mínimo nacional, dos atuais 32.000 kwanzas (cerca de 35 euros) para 245.000 kwanzas (cerca de 268 euros), proposta “flexibilizada”, entretanto, para 100.000 kwanzas (cerca de 109 euros) e um reajuste do salário da Função Pública, na ordem de 250 por cento, além da redução em 10% do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho (IRT).

Segundo Teixeira Cândido, o Governo não se aproximou das reivindicações dos sindicatos e apresentou hoje as mesmas propostas do dia 13 de março, antes da primeira paralisação.

“São as mesmas propostas, com uma redação completamente diferente, mas nada de avanço, ou seja, o Governo não apresentou nenhuma proposta que respondesse às exigências”, disse o sindicalista.

O executivo angolano decidiu propor um salário mínimo em função da dimensão da empresa, nomeadamente 48.000 kwanzas (52 euros) para as pequenas empresas, 70.000 kwanzas (76 euros) para médias empresas e 96.000 kwanzas (104 euros) para as grandes empresas, o que foi rejeitado pelos sindicatos.

O porta-voz das organizações sindicais dos trabalhadores reiterou a disponibilidade dos trabalhadores para continuarem a negociar antes do dia 22 deste mês, a data apontada para a segunda fase da greve interpolada.

“Se até lá não resolvermos, os trabalhadores não têm outro caminho”, realçou Teixeira Cândido, lembrando que os sindicatos cederam no que puderam.

De acordo com o porta-voz das centrais sindicais, o Governo pretende remeter a questão do salário mínimo para uma reunião de concertação sobre o salário mínimo, o que os sindicatos entendem que “não faz sentido”.

“Nós remetemos um caderno reivindicativo e entendemos que o empregador nunca está interessado em melhorar a condição salarial do trabalhador, de modo que toda a reivindicação para levar esse assunto para aquela reunião, do nosso ponto de vista pode não ser muito útil para nós”, disse.

“De modo que, ou encontramos solução em sede negocial depois se remeta estas questões para a concertação social porque os sindicatos não pretendem se vincular às decisões da concertação social”, acrescentou.

A greve geral interpolada tem a segunda fase agendada de 22 a 30 de abril e a terceira fase de 03 a 14 de junho do ano em curso.

No caderno reivindicativo, apresentado pela Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA), a União Nacional dos Trabalhadores Angolanos – Confederação Sindical (UNTA-CS) e a Força Sindical – Central Sindical (FS-CS), é também exigida a atualização dos subsídios previstos no sistema das prestações sociais do Instituto Nacional de Segurança Nacional (INSS), bem como a gestão partilhada dos fundos do INSS, conferindo “transparência necessária”.

spot_imgspot_imgspot_imgspot_img
spot_imgspot_imgspot_imgspot_img

Destaque

Artigos relacionados