Centrais sindicais angolanas defendem salário mínimo nacional de “275 euros” e redução do imposto sobre o trabalho (IRT)

Centrais sindicais angolanas defendem a atualização do salário mínimo nacional para 245.000 kwanzas (275 euros), contra os atuais 32.000 kwanzas (35 euros), e a redução do imposto sobre o trabalho (IRT) para 10%, em caderno reivindicativo remetido ao Presidente angolano.

A posição da União Nacional dos Trabalhadores de Angola — Confederação Sindical (UNTA-CS), a Central Geral de Sindicatos Independentes e Livres de Angola (CGSILA) e a Força Sindical consta de um caderno reivindicativo conjunto, a que Lusa teve hoje acesso.

“Ao longo dos tempos, o movimento sindical angolano tem manifestado constantemente sobre a situação degradante dos trabalhadores que passam por imensas dificuldades, consubstanciadas no acumular da herança de inflação galopante”, dizem os sindicatos.

Apontam também o “acentuado” nível de desemprego, o baixo nível da renda real das famílias, a desvalorização “assustadora” do kwanza (moeda nacional), a desaceleração e instabilidade da atividade económica e política fiscal “mal concebida” como razões de suas reivindicações.

Os órgãos sindicais denunciam igualmente o que consideram de “desumana escravatura laboral moderna em Angola praticada por empresas nacionais e estrangeiras”.

De acordo com a UNTA-CS, CGSILA e a Força Sindical, a retirada da subvenção do Estado à gasolina “agudizou da pior forma a vida socioeconómica dos trabalhadores em todas as vertentes, pelo facto de a mesma não ter sido acompanhada com outras medidas complementares, que deveriam atenuar o impacto negativo da sua aplicação”.

Recordam que nas celebrações do 1.º de Maio, Dia Internacional do Trabalhador, apresentaram uma declaração de suas preocupações ao titular do poder executivo e Presidente angolano, João Lourenço, e “não houve qualquer pronunciamento” deste.

Defendem, por isso, neste caderno reivindicativo, a atualização do salário mínimo nacional para 245.000 kwanzas, “para corresponder com o custo de vida, tendo em consideração a inflação acumulada”.

O desagravamento do Imposto sobre o Rendimento de Trabalho (IRT) na ordem dos 10%, a implementação prática dos subsídios de isolamento e instalação em todas as localidades e a atualização dos subsídios de aleitamento materno, de funeral, de morte e o abono de família constam igualmente das reivindicações dos sindicatos.

As centrais sindicais de Angola defendem, ainda, a gestão partilhada dos fundos do Instituto Nacional de Segurança Social (INSS), “conferindo-lhe transparência necessária”, a institucionalização do subsídio de desemprego e “exigem” o fim da “escravatura laboral” em Angola.

A UNTA-CS, CGSILA e a Força Sindical “exigem” mesmo que os pontos constantes do caderno reivindicativo sejam satisfeitos no presente ano económico 2023, admitindo acionar a lei da greve findo esse prazo.

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[…] Esta posição foi apresenta em conferência de imprensa, em Luanda, pelas três centrais sindicais angolanas que “exigem” aumento do salário mínimo nacional e redução do Imposto sobre o Rendimento de Trabalho (IRT). […]

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[…] de impostos, introdução do Imposto sobre o Valor Acrescentado (IVA) e aumento das taxas do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho (IRT), uma política cambial que resultou na desvalorização acentuada do kwanza (moeda nacional) e numa […]

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[…] Três centrais sindicais apresentaram ao Presidente angolano, João Lourenço, em setembro de 2023, um caderno reivindicativo, a exigir aumento do salário mínimo nacional, dos atuais 32.000 kwanzas (cerca de 35 euros) para 245.000 kwanzas (cerca de 268 euros), proposta “flexibilizada”, entretanto, para 100.000 kwanzas (cerca de 109 euros) e um reajuste do salário da Função Pública, na ordem de 250 por cento, além da redução em 10% do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho (IRT). […]

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[…] No caderno reivindicativo, as três centrais sindicais exigem aumento do salário mínimo nacional, dos atuais 32.000 kwanzas (35 euros), para 245.000 kwanzas (268 euros), proposta “flexibilizada”, entretanto, para 100.000 kwanzas (109 euros) e um reajuste do salário da Função Pública, na ordem de 250%, e a redução em 10% do Imposto sobre o Rendimento do Trabalho (IRT). […]