Os investidores britânicos foram convidados hoje a aderir ao Programa de Privatização de activos e participação do Estado (Propriv), em curso, quer em Angola quer no Estrangeiro.
O convite foi formulado esta terça-feira pelo secretário das Finanças e Tesouro, Ottoniel dos Santos, durante o roadshow sobre o Propriv, dirigido a investidores do Reino Unido.
Para Ottoniel dos Santos, os investimentos feitos pelos ingleses em Angola, entre outros, destaca-se os realizados no sector de petróleo.
Em concreto, o secretário de Estado citou a empresa British Petróleo (BP) que actua em Angola desde os anos 1970 e após a década 90. Esta firma tem interesses em blocos marítimos de águas profundas, e investiu mais de 30 mil milhões de dólares até 2018.
A mesma companhia, a BP, também está presente no Angola LNG – fábrica de produção de gás natural liquefeito, instalada no Soyo, província do Zaire.
“Essa cooperação pode ser muito mais intensa e fecunda para os dois
países”, defende o responsável, lembrando outros interesses de investimentos no sector da agricultura, anunciados recentemente pela embaixadora do reino Unido em Angola , Jessica Hand.
“Aos britânicos foram apresentados os activos e participações do Estado angolano alienados e em vias de alienação a nível nacional e no estrangeiro, incluindo empreendimentos com investimentos da petrolífera Sonangol”.
No total são 139 activos e participações a alienar até 2022.
Estão em processo de privatização, as participações retidas no Banco BAI, Caixa Angola, os activos da Sonangalp, Multitel, Cimangola e o projecto agro-industrial da Aldeia Nova.
Está em concurso a venda do BCI, a alienação parcial da ENSA-Seguros de Angola, a Net-One, e a cessão de direitos de exploração e gestão para os hotéis Infortur, erguidos nas províncias de Benguela, Huila e Namibe.
A Bolsa de Dívida e Valores de Angola (Bodiva), a Motaengil Angola, a Mundial Seguros, a TV Cabo Angola são outras participações e activos a alienar em Oferta Pública Inicial (OPI).
Activos no estrangeiro
Foi ainda apresentado aos britânicos, as participações da Sonangol feitas em empresas petrolíferas no estrangeiro a desinvestir.
Como accionista maioritário, a petrolífera nacional está a desinvestir de 77, 56% de acções feitas na Enco-Empresa Nacional de Combustíveis e Óleos, Sarl, localizada em São Tomé e Príncipe.
Ainda a nível de África, a Sonangol tem a vender os seus 20% de acções retidos na SIR-Societé Ivoiriense de Reffinge, na Costa do Marfim, por via do concurso internacional.
Estes contam de uma lista de 50 empresas participadas e com activos controlados pela Sonangol , a alienar.
Constam igualmente da lista, activos e Participações na Sonangol Cabo Verde – Sociedade e Investimentos e na Combustíveis e Óleos de São Tomé e Príncipe, nas empresas Founton (Gibraltar), Sonatide Marine (Ilhas Caimão), Solo Properties Nightbridge (Reino Unido), Puma Energy Holdings (Singapura) e Sonandiets Services (Panamá).
“Serão vendidos também as participações nas empresas WTA-Houston Express e na francesa WTA, nas petrolíferas Sonacergy – Serviços e Construções Petrolíferas e Sonafurt International Shipping e na Atlântida Viagens e Turismo”.
O próximo roadshow será dirigido a investidores americanos, no próximo mes de Setembro.