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UNITA admite processar polícia angolana por uso excessivo da força

“Vamos abrir um processo contra os excessos da Polícia Nacional. Temos pessoas presas desde sábado e achamos que a polícia agiu com excesso de zelo e violência gratuita”, destacou.

O também secretário provincial da UNITA em Luanda salientou que havia respaldo legal para o protesto e afirmou que vão “trabalhar com os coordenadores da manifestação” e cerca de 60 advogados no sentido de “abrir um processo contra os excessos da Polícia Nacional”.

Nelito Ekuikui que falava aos jornalistas junto às salas de audiências do tribunal provincial de Luanda, onde vão ser julgados os mais de cem manifestantes detidos no sábado, adiantou que vão também enviar um relatório sobre os acontecimentos às embaixadas acreditadas em Angola.

“O que verificámos desde o primeiro instante foi que houve violência da polícia, usou meios desproporcionais”, salientou o deputado, frisando que “o Presidente quis deixar uma mensagem muito clara de que vai reprimir manifestações, vai cortar direitos e quer ensaiar uma ditadura”.

Questionado sobre se a UNITA, principal força da oposição angolana, tenciona também formalizar um protesto no parlamento, o deputado considerou que este é um órgão legislativo, e não judicial, pelo que a queixa deve ser apresentada as autoridades de justiça.

Uma manifestação no passado sábado em Luanda resultou na detenção de 103 pessoas, entre as quais dirigentes da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), de acordo com o secretário de Estado do Ministério do Interior, Salvador Rodrigues, que negou a existência de qualquer morte resultante do evento promovida por ativistas da sociedade civil, com apoio do maior partido da oposição angolana.

Segundo o governante angolano, estão detidos 90 homens e 13 mulheres e seis polícias ficaram feridos na sequência de confrontos entre o cordão policial e os manifestantes.

Na sexta-feira, o Governo angolano fez sair novas medidas de combate e prevenção da covid-19, num decreto sobre o Estado de Calamidade Pública, que entre várias restrições, proibiu ajuntamentos na rua de mais de cinco pessoas.

De acordo com o governante angolano, as forças da ordem foram recebidas com violência, “apedrejamento, queima de pneus na estrada”, tendo ficado queimada uma motorizada da força pública, uma viatura dos bombeiros, uma ambulância que ficou com o vidro partido e uma viatura da unidade de trânsito.

Hoje a chegada dos detidos ao Tribunal Provincial de Luanda foi recebido aos gritos de “Liberdade, Já” por várias dezenas de jovens que se concentraram frente ao edifício durante todo o dia e só desmobilizaram ao início da noite, protagonizando alguns momentos de tensão com a polícia.

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