O presidente da Agência de Investimento Privado e Promoção das Exportações de Angola (AIPEX) defendeu hoje que a corrupção também é uma pandemia e disse que em dois anos o país evoluiu muito no combate à corrupção.
“A corrupção também é uma pandemia, e devemos olhar para o que Angola atingiu na luta contra a corrupção, olhando para os últimos dois anos, para as medidas tomadas e para como as instituições como a Mo Ibrahim classifica Angola, comparado com outros países com um passado semelhante, vemos que estamos no bom caminho e há melhorias no desempenho, provando que levamos muito a sério o combate à corrupção”, disse António Henriques da Silva.
Falando durante a mesa-redonda organizada pela Bloomberg num fórum sobre a recuperação económica em África, o responsável pela promoção e captação de investimentos para Angola disse que “olhando para os desafios e oportunidades do continente, o acento tónico está claramente nas oportunidades” e acrescentou que é preciso colocar Angola nesse lado da balança.
“Temos de colocar Angola nesse espaço devido à posição geográfica, aos resultados comprovado das reformas e da luta contra a corrupção, ao cumprimento das reformas à luz dos critérios do Fundo Monetário Internacional [FMI] ou da UNCTAD [Conferência das Nações Unidas para o Comércio e Desenvolvimento] e isso mostra que estamos na pista mais rápida”, argumentou.
Ainda assim, apontou, o trabalho não está todo feito e é preciso mais ajuda internacional para aumentar o fluxo de investimentos estrangeiros no segundo maior produtor de petróleo da África subsaariana.
“A história de crescimento do sul da Ásia, há uns anos, tinha uma forte componente de investimento, que ajudou a melhorar a economia e a criar empregos, e é um dos aspetos que queremos mostrar em conferências como esta”, cuja página permite navegar para um folheto de promoção de Angola patrocinado pela AIPEX.
“Para além das reformas que estamos a fazer, precisamos da próxima injeção de fundos estrangeiros para poder ter os resultados que esperamos”, concluiu o responsável.
A participação de António Henriques da Silva no Fórum da Bloomberg sobre Investir em África segue-se à intervenção da ministra das Finanças angolana, Vera Daves de Sousa, que na terça-feira foi a entrevistada única numa sessão sobre O Futuro de Angola.
Angola ficou classificada no 43.º lugar do Índice Ibrahim de Governação Africana (IIAG) 2020, mostrando sinais de progresso crescente, sendo o terceiro país entre 54 que mais melhorou nos últimos cinco anos.
Foi também um dos único oito, juntamente com Chade, Costa do Marfim, Etiópia, Madagáscar, Seicheles, Sudão e Togo, que conseguiu evoluiu positivamente na última década nas quatro categorias: “Segurança e Estado de direito”, “Participação, direitos e inclusão”, “Bases para as oportunidades económicas” e “Desenvolvimento humano”.
Ainda assim, Angola é o país com a pior pontuação da África Austral, muito atrás dos 66,9 pontos do líder Botsuana.