O Banco de Portugal já deu “ok” ao conselho de administração do EuroBic. Pedro Maia e José Azevedo Pereira são agora, de pleno direito, chairman e presidente executivo do banco.
Segundo a imprensa portuguesa, os accionistas do Eurobic com direito de voto, excluindo Isabel dos Santos, já tinham aprovado a nova equipa, mas era ainda necessário passar o regime de “fit and proper” do Banco de Portugal, o que sucedeu esta semana.
O antigo director geral da Autoridade Tributária sucede a Fernando Teixeira dos Santos à frente da comissão executiva do banco, que é ainda composta por mais quatro nomes: José Antunes, que transita para a nova equipa, e ainda Susana Nereu Ribeiro (que era presidente do conselho fiscal, órgão que será extinto para dar lugar à comissão de auditoria), Filipe Dias Meneses e Rui Lopes.
Também já foi feita a distribuição de pelouros. Azevedo Pereira fica com as direções de compliance e controlo de riscos. As áreas comerciais ficam com José Antunes. Susana Nereu Ribeiro assume cinco direcções: planeamento e contabilidade, financeira, meios de pagamento, recursos humanos e recuperação de crédito.
Já Filipe Dias Meneses fica responsável pelas direcções de risco e mercados de capitais, enquanto Rui Lopes terá a seu cargo as áreas jurídicas e sistemas de informação.
As mudanças na gestão do EuroBic ocorrem após o mandato da anterior equipa de Teixeira dos Santos, conhecido como banqueiro de Isabel dos Santos, ter terminado no final do ano passado. Com o caso do Luanda Leaks, cuja polémica rebentou em janeiro, o Banco de Portugal veio pressionar a instituição a promover alterações de fundo que também envolveram os acionistas.
Isabel dos Santos foi “forçada” a colocar a sua posição de 42,5% à venda em fevereiro e já tem acordo para vendê-la ao empresário Roger Tamraz.
Tamraz também já terá alcançado um acordo com outro accionista minoritário — no caso, Sebastião Lavrador, que detém 5%. O objectivo é ficar com mais de 50% do banco, sendo que até agora Roger Tamraz só terá assegurado 47,5% do capital do banco.
Resta saber, depois, se o Banco de Portugal dará autorização para o empresário libanês ficar accionistas do EuroBic.