A secretária de Estado para o Orçamento e Investimento Público de Angola admitiu hoje que o país está com muitas obras financiadas por linhas de crédito brasileiras inacabadas, porque as ajudas cessaram, sem qualquer explicação.
Aia-Eza da Silva respondia na Assembleia Nacional a questões levantadas por deputados, no decorrer da discussão, na especialidade, da proposta de Orçamento Geral do Estado (OGE) 2021.
A governante angolana frisou que há obras inacabadas em todos os setores, muitas a 75% ou 80% do seu fim.
Segundo Aia-Eza da Silva, em alguns casos o Governo nem consegue obter “um ‘feedback’ concreto”, sobre as razões da suspensão do crédito.
“Há dois dias dei um exemplo, o Brasil, do nada, parou. Começou o [inquérito judicial] Lava Jato, parou de desembolsar, e quando é assim nós não temos recursos para continuar a pagar, então as obras param mesmo, umas com 75% de execução, outras com 80% de execução, mas param”, salientou.
A secretária de Estado para o Orçamento e Investimento Público realçou que o executivo tem feito esforços para terminar obras nessas condições, como foi o caso do recentemente inaugurado Arquivo Nacional de Angola, em Luanda.
“[Com] o arquivo histórico, inaugurado sábado, foi isso que aconteceu, a linha parou do nada, as obras ficaram a meio, todos nós víamos ali o edifício, mas não conseguíamos terminar de pagar e agora fez-se esse esforço para ver se o edifício terminava. Como este há ‘n’ obras ao longo de toda a extensão territorial do nosso país”, referiu.
De acordo com Aia-Eza da Silva, muitas obras estão a merecer atenção, nomeadamente hospitais, mas não é possível a sua conclusão ao mesmo tempo, porque “são muitos bocados que dão muitos biliões”.