Apenas 436 dos 1.168 imóveis que o MPLA contabiliza como seu património estão legalizados, tanto em Angola como no exterior. Em outras palavras, os «camaradas» precisam de legalizar 732 imobiliários, o que equivale a 63% dos referidos bens.
As informações constam de um conjunto de documentos a que o NJ teve acesso. De 2009 até ao ano passado, o MPLA fez o levantamento do seu património imobiliário “disperso” em Angola, em particular, e no mundo, em geral, tendo o partido que governa o País há quase meio século “concluído” que possui 1.168 imóveis dentro e fora do território nacional, assim o diz um conjunto de documentos do Secretariado do Bereau Político do MPLA em posse do Novo Jornal.
Dos 1.168 imóveis contabilizados pelo MPLA, 732 não estão legalizados, representando 63% do património imobiliário do “maioritário” por legalizar, estando reconhecidos legalmente pelas autoridades os outros 436 existentes, o que equivale a 37%, atesta a síntese geral do património do partido que ontem, quinta-feira, 10 de Dezembro, comemorou o seu 64.º aniversário.
Na verdade, de acordo com documentos a que o Novo Jornal teve acesso, de 2009 a 2018, o MPLA controlava, em Angola, em particular, e no mundo, em geral, um total de 1.111 imóveis, dos quais 655 não estavam legalizados, ao passo que os restantes 456 estavam legais.
Em 2019, entretanto, o número do património imobiliário do “maioritário” subiu para 1.168, ou seja, houve um acréscimo de 57, consequentemente, deu-se um aumento do número de bens não legalizados, passando estes de 655 para 732, enquanto, paradoxalmente, a quantidade de imóveis legais recuou, saindo de 456 de 2009 a 2018, para os actuais 436, isto é, menos 20 legalizados, observou o Novo Jornal.
Terreno na Tanzânia registado em nome da Fundação Sagrada Esperança
Um dos imóveis exemplificados no balanço do inventário geral do MPLA de 2019 é a Casa Grande e do Kimbo, um terreno de cinco hectares, no Kurasini, em Dar es Salaam, Tanzânia, que serviu de base para o apoio e formação de guerreiros do partido no poder na luta pela independência. “Esse património foi oferecido em meados dos anos 60 pelo então Presidente fundador daquele país, Julius Nyerere, legalmente registado em 1974, por via da Fundação Sagrada Esperança”, aponta o documento.