Enquanto espera pela decisão do recurso requerida pelo o seu advogado, o antigo presidente do Fundo Soberano de Angola, José Filomeno dos Santos, optou pela discrição e longe dos holofotes da média e das redes sociais.
Quem priva com o filho do antigo Presidente da República, José Eduardo dos Santos, garante que a vida deu uma reviravolta, sobretudo pelo lado espiritual. “ Hoje por hoje, o Zenú dos Santos é um homem totalmente transformado, diga-se de passagem, e para melhor”, revelou uma fonte sob anonimato.
Sob influência da mãe, Filomena de Sousa “ Necas”, José Filomeno dos Santos é visto em grupo de oração, que se reúne semanalmente para rezar e partilhar a sua vida espiritual. “ Ele é católico mas durante muitos anos parecia divorciado com a religião”, reforça o interlocutor, que vimos citando.
Foi precisamente depois da detenção, em 2019 e o julgamento do “Caso 500 milhões”, que levaram-no reflectir e a redescobrir a condição religiosa . “Diariamente, ele está ligado à Deus, buscando a meditação e o conforto espiritual”, destaca.
Das raríssimas vezes que aparece em público, adopta a postura modesta, quer nos supermercados, bem como no ginásio, onde passa parte do dia.
Por sua vez, o antigo Governador do Banco Nacional de Angola( BNA) Walter Filipe, também réu no processo de transferência do valor acima mencionado, prefere o confinamento em casa, muito por culpa do estado de saúde precário: “sofre de apneia e dorme ”ligado” a uma máquina.
Em privado, o jurista de profissão não esconde os desencantos com alguns alegados amigos.“ Nas vestes de governador do BNA, estava sempre disponível para ajudar os mais chegados, o telemóvel dele, esse, nunca parava de tocar, mas tão logo foi constituído arguido, ai que se viu quem é quem”, denunciou um velho companheiro.
E avança como exemplo:” Ele tinha um amigo, que o visitava-o com regularidade, bebiam vinho, contava anedotas, mas quando o Walter foi “apertado” pela justiça, o homem desapareceu e nem sequer retoma chamadas”. Um verdadeiro amigo da onça.
O antigo governador do BNA, por sua vez é um católico “praticante”, aliás, entre os mais chegados é tratado de “padre”, tendo em conta o seu histórico com a Igreja Católica.
Na mesma esteira, o director de Gestão de Reserva do BNA, António Samalia Bule e o empresário Jorge Gaudens Sebastião, coincidentemente ou não, seguem a discrição como novo estilo de vida.
Em Agosto 2020, o Tribunal Supremo condenou José Filomeno dos Santos, a cinco anos de prisão e o antigo governador do Banco Nacional de Angola (BNA), Walter Filipe, a oito anos de detenção pelo seu envolvimento no caso dos “500 milhões”.
Outros dois réus foram também condenados: António Samalia Bule e Jorge Gaudens Sebastião, cinco e oito anos de prisão, respectivamente.