O PRA-JA Servir Angola, projecto político de Abel Chivukuvuku, transformou-se “na menina bonita com quem todos querem dançar”, afirma o político angolano, que ainda não decidiu sobre o movimento que irá encabeçar para concorrer às eleições gerais de 2022.
Em declarações à Lusa, Abel Chivukuvuku confirmou que tem tido abordagens de vários partidos, prometendo decisões ainda durante este semestre, que poderão passar por ser cabeça de lista de uma força partidária já existente, ou do PRA-JA (Partido do Renascimento Angola — Juntos por Angola), cuja transformação em partido foi sucessivamente “rejeitada pelo tribunal Constitucional (TC).
Por enquanto, “mantém-se a litigância no tribunal”, disse, explicando que foi remetido ao Tribunal Supremo um processo de cassação para considerar ilegítimo o acórdão do TC que, no início de dezembro, “chumbou” definitivamente o PRA-JA, por alegadamente não cumprir os requisitos exigidos para a legalização de um partido.
Com esta decisão, tomada após o quarto recurso interposto pela comissão instaladora da formação política, o TC inviabilizou também que o mentor do PRA-JA ou outro dos envolvidos neste projeto possam criar um partido nos próximos quatro anos, mas Chivukuvuku poderá concorrer afiliado a outra denominação política.
“Estamos em conversações com muita gente, neste momento [o PRA-JA] é a menina bonita do bairro com que todos querem dançar”, afirmou Chivukuvuku, adiantando já ter sido procurado por enviados do Bloco Democrático, da UNITA (União Nacional para a Independência Total de Angola, oposição), partido que integrou até 2012, e até da CASA-CE, coligação que fundou e liderou até 2019, altura em que foi afastado por alegada “quebra de confiança”.
O Bloco Democrático é um dos seis partidos que integram a CASA-CE (Convergência Ampla de Salvação de Angola – Coligação Eleitoral), mas está prevista a sua separação formal em 2021 e o surgimento de um Novo Bloco Democrático.
Abel Chivukuvuku adiantou à Lusa que as conversações, que “não foram da iniciativa do PRA-JA”, estão mais avançadas com uns partidos do que outros, em particular com o Bloco Democrático, mas sublinhou que “ainda não está na altura de decidir os caminhos”.
“Está tudo ainda em aberto e em conversas, até com a UNITA”, prosseguiu, garantindo que vai concorrer às eleições gerais marcadas para 2022.
Esgotados os recursos anteriores para a legislação do PRA-JA, Chivukuvuku aguarda agora a resposta do Tribunal Supremo, que tem 45 dias para se pronunciar sobre a cassação, e o desfecho das conversas com outros líderes partidários da oposição angolana que querem derrotar o MPLA (Movimento Popular de Libertação de Angola, no poder) nas próximas eleições.
“Vou concorrer como cabeça de lista às eleições gerais de 2022, vamos ver se pelo PRA-JA ou outro movimento”, frisou, remetendo a sua opção para o primeiro semestre deste ano.