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Angola: Campanha virtual critica “Partidos da Oposição”

Com a campanha “45 anos na oposição é muito”, jovens angolanos cobram mais empenho da oposição para tirar o MPLA do poder em 2022. Ativistas dizem estar a ser alvo de ataques virtuais, enquanto UNITA rebate críticas.

As críticas ao desempenho da oposição partiram da ativista angolana Teresa “Luther King” que lançou a campanha na rede social Facebook.

“Eu pretendia procurar chamar a atenção para os partidos na oposição tudo deverem fazer para que o [Movimento Popular de Libertação de Angola] MPLA passe à oposição em 2022”, revela.

Rapidamente as críticas contra a oposição angolana ganharam apoiantes e suscitaram debates. A ativista Xitu Milonga Ya Xitu teve conhecimento da campanha através de Rosa Conde, que esteve entre os réus do processo dos “15+2”.  e reviu-se no conteúdo.

“É uma postagem que vai de encontro com o meu pensamento sobre a oposição. Oposição não pode ser só no nome, tem de se opor de verdade. Oposição em Angola é a sociedade civil”, disse Ya Xitu.

Ataques virtuais

As publicações geraram ataques de supostos militantes aos seus autores, explica Teresa “Luther King”.

“Atacaram-me  até nas minhas mensagens pessoais. Pessoas que se dizem democratas e afinal não passam de intolerantes”, disse.

O deputado Nelito Ekuikui, da União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA), o maior partido da oposição, enquadra as críticas dos ativistas no contexto dos direitos e das liberdades dos cidadãos.

Acrescenta que o seu partido continua a trabalhar, depois de ter contribuído para alcance da independência e surgimento da democracia em Angola.

“Os cidadãos que levantam essa campanha saberão fazer melhor que nós. É o que nós esperamos. O que pretendemos é ver a nossa Angola livre do regime que nos oprime. O mais importante é fazermos, ao invés de criticarmos quem também está a fazer”, rebate.

Boinas vermelhas

O debate e as críticas sobre a oposição surgem numa altura em que cresce o número de ativistas e jovens políticos que usam boinas. Será que se inspiram em Bobi Wine, líder da oposição ugandesa?

Xitu Milongo Ya Xitu diz que Wine tem uma certa influência, mas lembra que muitos outros africanos, como Thomas Sankara, usaram a boina como símbolo de resistência e revolução.

“As boinas não começaram com o respeitado irmão Bobi Wine. Olha que os panteras negras, nos finais dos anos 60, já usavam boinas, Assim como Julius Malema na África do Sul, entre outros”, enumera.

Também Nelito Ekuikui, um dos jovens políticos que usa boina vermelha, explica as suas motivações.

“A boina vermelha, uso-a porque, para mim, significa sentido de responsabilidade, sentido de prontidão e, sobretudo, resistência”, disse.

 

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