A polícia angolana impediu hoje uma manifestação de jovens ativistas que pretendiam “exigir alternância política” em Angola, no Cemitério Santana, em Luanda
No local há um grande dispositivo policial com vários meios, incluindo brigada canina e cavalaria, e foram erguidas barricadas de pneus incendiados nas estradas, com os serviços de bombeiros chamados a extinguir o fogo.
Os propósitos e motivações desta marcha, que devia culminar a 100 metros do palácio presidencial, foram apresentados esta semana em conferência de imprensa, em Luanda, por um grupo de jovens ativistas da denominada Sociedade Civil Contestatária.
“45 Anos é muito, MPLA fora” é o lema da manifestação agendada para hoje, feriado nacional em Angola, em celebração do 60.º aniversário do Dia do Início da Luta de Libertação Nacional.
“Entendemos que 45 anos de governação é muito tempo e, ao longo desse tempo, o MPLA quase nada fez, antes pelo contrário, piorou, com várias assimetrias sociais, brindou o povo com assassínios em série, com desemprego, com uma saúde e educação deficitárias, com a corrupção e outros males”, afirmou na quarta-feira o ativista e um dos organizadores da marcha, Geraldo Dala.
Segundo o ativista, o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) “já não tem nada para dar para o país”, considerando ser “um projeto político falhado em Angola cujo propósito dos seus dirigentes é apenas a manutenção no poder”.
Geraldo Dala disse que esta é a segunda manifestação que o movimento organiza visando “despertar os angolanos” e, por outro lado, “mostrar que o povo quer alternância política”, referindo que o protesto deve decorrer igualmente noutras províncias angolanas.
Os ativistas concentraram-se às 10:00, no largo do cemitério da Santa Ana, e pretendiam marchar até perto do palácio presidencial, na Cidade Alta, em Luanda.
De acordo com ativista, o governo da província de Luanda foi informado sobre esta marcha.
A manifestação foi marcada no mesmo dia do feriado nacional em Angola, 04 de fevereiro, que vai ser assinalado oficialmente na província angolana do Bengo numa cerimónia sob o lema: “Preservar e Honrar a Memória dos Heróis da Pátria Angolana”.