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Angola: “Em Cabinda até o próprio governador não tem liberdade de pensamento para não ser confundido como FLEC”, diz activista

O presidente da Associação para o Desenvolvimento para a Cultura dos Direitos Humanos (ADCDH), Alexandre Kwanga afirmou que continua a violência e repressão das autoridades locais contra qualquer cidadão que “pense diferente”.

De acordo com o activista, na província mais ao norte do país, qualquer pensamento que não esteja alinhado com à vontade do  governo, “o indivíduo é logo associado à FLEC”, braço armado do Movimento Independentista.

Com a nomeação pelo Presidente da República, João Lourenço e tomada de posse do novo governador, a população alimentava a esperança de ter um ambiente diferente e pacifico, uma vez que Marcos Alexandre Nhunga (actual governador) “é nato de Cabinda”.

Entretanto, para o activista Alexandre Kwanga, “quanto mais for um governador nato desta província a situação torna-se mais difícil em termos de liberdades”, pois segundo a sua constatação, “até o próprio governador Alexandre Nhunga, não tem liberdade de dizer o que pode, sob pena de ser confundido como elemento da FLEC, é esta situação que se vive em Cabinda”, disse ao O Decreto.

Na análise que faz sobre a situação real dos direitos fundamentais dos cidadãos no enclave rico em petróleo, o responsável da Associação para o Desenvolvimento para a Cultura dos Direitos Humanos (ADCDH), referiu que o quadro é deplorável, apesar do ano ser novo.

Disse que o cenário de violação dos direitos humanos continua a ser o mesmo, pois “não se entende que, os activistas que foram detidas em Junho do ano passado, pelo facto de terem colado panfletos em que exigiam fim da guerra e resolução pacífica do conflito em Cabinda, continuam presos sem julgamento, não obstante a pronúncia do juiz da causa”

Entende que os gestores públicos que supostamente “roubam” dinheiro público andam a solta, tendo apontado como um dos exemplos, uma denúncia avançada pela sua organização (ADCDH), sobre secretaria da cultura de Cabinda, que teria se apoderado do dinheiro das autoridades tradicionais do município sede de Cabinda.

“Até ao momento a PGR não consegue fazer diligências para encontrar estes dinheiros, mas os activistas que reclamam os seus direitos para uma Angola melhor, para resolução de conflitos continuam sempre detidos e presos”, lamentou o activista.

Denúncia que as ruas da cidade de Cabinda continuam militarizadas, sob o protesto do Decreto sobre a Situação de Calamidade Pública, o que no seu entender “os militares só poder sair às ruas em casos de Estado de Sítio, de Guerra ou de Emergência”.

Segundo Alexandre Kwanga o objectivo das autoridades de manter as Forças Armadas Angolanas (FAA) nas artérias da província mais ao norte Angola “é continuar a impor o medo e intimidação da população para não realizar qualquer manifestação”.

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