O MPLA, infelizmente ainda não percebeu ou não quer aceitar, que sua vontade deixou a muito de ser lei obrigatória para os angolanos temer. A maioria dos angolanos não se revê no infeliz pronunciamento panfletário difundido pelo bureau político do MPLA.
O partido no poder, tem no momento a pior direção dos 45 anos desde a sua implementação em Angola. A direção do MPLA de João Lourenço, não vai levar o partido a lado nenhum. Aliás, a própria história do MPLA desmente a declaração tresloucada emitida pelo MPLA. Por outro lado, é preciso que o MPLA entenda, que os tempos são outros, e que se está no limiar do século XXI, isso quer dizer, que ser negro, mulato ou branco nascido em território nacional, significa apenas e só ser angolano.
Não é necessário recorrer sequer a ancestralidade daqueles que colocaram os primeiros alicerces nos fundamentos que criaram o MPLA, para garantir que o grupo que governa o MPLA e o país estão no caminho errado da história. Ao atirar as primeiras pedras, que eventualmente poderão levar a uma ascensão racista vergonhosa no país outrora multirracial. Essa nova realidade pode sim concorrer com a possibilidade de abrir um precedente perigoso das gerações vindouras conviver com o fenômeno angustiante do racismo posto agora a nu, pelo partido no poder.
O MPLA atingiu de facto o zero, bateu no fundo do poço e lá permanecerá, caso não se retrate do desqualificado pronunciamento do seu bureau político. As gentes de Angola não se reveem nesse tipo de racismo político institucionalizado agora pelo MPLA. O Racismo jamais foi a natureza das contradições políticas, que geraram o desentendimento bélico, que descambou na guerra que ceifou tantas vidas desnecessariamente.
Porém, a nova faceta que o MPLA mostrou, outra realidade, que ainda não havia sido exposta, por isso, pensava-se, que a prepotência e a arrogância seriam as únicas características negativas. No entanto, a realidade mostrou que no DNA do MPLA, essas características são acompanhadas do racismo, hoje aflorado no MPLA de João Lourenço.
Até aqui esse fenômeno estava totalmente camuflado ou sufocado no seio do MPLA. A população angolana tinha uma falsa percepção do país criado a imagem do MPLA ser movido de uma natureza multirracial, debalde.
O que terá levado João Lourenço, a perder o tino, e odiar e destilar todo seu veneno contra Adalberto da Costa Júnior? Será a crescente aceitação popular da UNITA, ou a maturidade política e Adalberto da Costa Júnior, e a sua popularidade junto da população jovem empobrecida do país. O desiquilíbrio protagonizado pelo o soba da cidade alta, terá que ser futuramente estudado, pois gerou um descontentamento generalizado no país?
A origem da queda de popularidade De João Lourenço e do MPLA, está assente na sua inábil governação, ou na inexistente agenda política e econômica crível para o país?
Afinal, que descontrole foi o que levou o Bureau político do MPLA, a responsabilizar o líder do maior partido da oposição do assassinato dos populares no Cafunfo? Para grande parte da população com capacidade crítica, afirmam que o MPLA já não tem mais nada para oferecer aos angolanos, acreditam até que o MPLA, decapitou a possibilidade de ser aceite sem reservas na classe dominante do país, sobretudo na ala de JES no MPLA, que se sente desconfortada com a falta de sensibilidade e criatividade de João Lourenço, no papel de presidente da república.
Infelizmente para os angolanos, ficaram a saber desgostosamente que o presidente da república é racista, e o partido governante revelou-se ainda mais racista. Por outro lado, João Lourenço, que pensava ser dono dos angolanos e da sua vontade, agora sabe que não é dono dos angolanos nem da sua verdade.
Raúl Diniz