Após quatro anos de incertezas e suspense, a venda da participação de 8,2% da Odebrecht na Sociedade Mineira do Catoca (SMC) para a Endiama foi finalmente concluída a 21 de janeiro por US 70 milhões.
Assinado em 2017 e aprovado pelo Presidente João Lourenço em 2018, o negócio eleva a participação da Endiama na SMC, maior produtora de diamantes de Angola, para 41%, em pé de igualdade com a gigante russa Alrosa, que adquiriu 16,4% da participação da Odebrecht na SMC em 2018.
De acordo com o site África Intelligence, o negócio também permite à Endiama romper definitivamente os laços com a Odebrecht.
Segundo a fonte, em 2014, a empresa viu-se no centro do maior escândalo de suborno da história do Brasil e teve de vender os seus activos na exploração de diamantes angolana para saldar as suas dívidas e também os montantes multados pelos tribunais brasileiros.
Depois de uma reformulação em dezembro de 2020, a Odebrecht passou a ser chamada Novonor, na esperança de distanciar a sua imagem pública a do sobrenome dos seus fundadores.
Marcelo Odebrecht, neto do fundador Norberto Odebrecht e CEO na época do escândalo, foi condenado a 19 anos de prisão em 2016 por pagar mais de US $ 30 milhões em subornos a órgãos estaduais.