A Odebrecht Engenharia e Construção (OEC) anunciou, ontem, ter sido convidada pela Gemcorp para construir a Refinaria de Cabinda, ao abrigo do contrato que o grupo investidor sediado em Londres obteve das autoridades angolanas para a edificação da unidade de destilação de hidrocarbonetos.
A companhia de construção civil declara, em nota enviada ao Jornal de Angola, que a selecção foi determinada pela “experiência comprovada na construção deste tipo de empreendimentos em vários países do mundo, a qualidade técnica dos seus profissionais” e ao “elevado número de colaboradores angolanos formados e que se mantêm ligados à empresa”.
A OEC aponta, como parte da sua experiência, a montagem de refinarias e plataformas petrolíferas no Brasil, Venezuela, Argentina, Singapura e Inglaterra, reclamando-se, à luz do que diz ser a opinião de vários especialistas angolanos, “uma das poucas empresas no mercado detentora da qualidade e do rigor técnico necessários para o cumprimento dos prazos estabelecidos pelos promotores do projecto e já assumidos junto do Governo”.
A Administração da OEC em Angola está agora expectante com este convite e afirma que, “a concretizar-se, a empresa tudo fará para garantir a qualidade da obra, assim como o cumprimento dos prazos já assumidos publicamente por todas as partes envolvidas”, fazendo-o “com recurso à mão-de-obra especializada angolana”.
A OEC, subsidiária da Novonor, a designação que a “holding” Odebrecht adoptou em Dezembro de 2020, depois do envolvimento na Operação Lava Jato de luta contra a corrupção no Brasil, recebeu, naquele mesmo ano, a confirmação de que está encerrado o processo de monitorização externo e independente que o Departamento de Justiça dos Estados Unidos (DoJ) realizava na empresa desde Fevereiro de 2017.
A monitorização do DoJ, segundo a nota, certificou que o sistema de conformidade da OEC, incluindo as políticas e procedimentos, está implementado para prevenir e detectar potenciais violações às leis anticorrupção, em completa sintonia com os actuais objectivos do Governo angolano.
De acordo com Marcus Azeredo, presidente da Odebrecht em Angola, “a conclusão desta monitorização confirma a transformação e a renovação da companhia e, com a homologação da reestruturação financeira, que possibilitou o corte de 55 por cento da dívida total e novos prazos de pagamento, marca o início de uma nova era em todo o trabalho da construtora”.
Em Outubro do ano passado, a Gemcorp e a Sonangol, parceiras no projecto de construção e operação da futura refinaria, anunciaram o emprego de 920 milhões de dólares na edificação da estrutura, constituídos em 90 por cento por fundos do investidor britânico.
A refinaria, implantada na planície de Malembo, 30 quilómetros a Norte da capital de Cabinda, é o primeiro investimento privado desta natureza em Angola, empregando, de acordo com a Sonangol, a mais recente tecnologia norte-americana para o desenho, operação e desenvolvimento da empreitada em três fases, até atingir uma capacidade máxima de processamento de 60 mil barris de petróleo por dia.
O contrato prevê que as obras iniciem dentro de duas semanas, no fim de Março, para estarem concluídas em Maio de 2022.