O porta-voz da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola, Bispo Alberto Segunda, disse neste sábado, 17, em conferência de imprensa em Luanda, que a Igreja Universal está a viver uma situação de crise interna, em que os ex-bispos e pastores dissidentes, com apoio do Ministério da Cultura e do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos (INAR) pretendem tomar de assalto a autonomia e os templos da igreja de forma ilegal.
Para o bispo Alberto Segunda, a IURD está a sofrer um golpe por dissidentes e ex-pastores, que um dia fizeram parte da instituição.
“Nós, a Igreja Universal, somos guiados por um estatuto e um regulamento interno, onde todos aqueles que querem seguir o caminho pastoral, devem respeitar aquilo que consta no estatuto da Igreja”, disse o responsável.
Aos órgãos de comunicação social, aquele responsável religioso explicou que, a actual situação da Igreja Universal do Reino de Deus deve ser vista como um “golpe” que está a ser praticado por ex-bispos desta denominação religiosa.
Segundo o porta-voz da IURD, Os dissidentes e antigos pastores, que hoje se intitulam como líderes da Igreja Universal do Reino de Deus, “se fazem valer de uma pretensa assembleia que teriam organizado este ano, mas deixo aqui claro que esses indivíduos não têm legitimidade para convocar assembleia, porque, a luz dos estatutos, quem deve convocar a Assembleia ordinária ou geral, é o Presidente do Conselho de Direcção”, disse.
Alberto Segunda esclareceu por outro lado que, os ex-bispos e pastores, ora responsáveis ou líderes da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) em Angola, não fazem parte do corpo pastoral desta denominação religiosa porque, de acordo o religioso, “estes foram expulsos deste clero desde o ano de 2019, por revelia e violação das normas estatutárias desta igreja”.
Durante a conferência de imprensa, o bispo lamentou a falta de interesse por parte do Ministério da Cultura e do Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos, instituições que tutelam as actividades religiosas no país, em não querer mediar o conflito entre as partes durante essa fase de crise.
“Durante essa fase de crise já solicitamos audiência com o ministro da Cultura e com o director do INAR, mas até aqui nunca fomos ouvidos e nunca fomos recebidos”, o porta-voz da Igreja Universal do Reino de Deus lamentou e tendo achado estranho, por não terem sido ouvidos nem convocados para prestarem qualquer esclarecimento ao Ministério da Cultura à volta deste processo.
Na visão do Bispo Alberto Segunda, “as ilegais actas saídas das assembleias dos rebeldes, fez com que o Instituto Nacional para os Assuntos Religiosos e o Ministério da Cultura, viessem ao público determinando que o líder da Igreja Universal fosse o senhor Valente Bezerra Luís”.
“Este mesmo senhor Valente Bezerra Luís já não faz parte da Igreja Universal do Reino de Deus desde Novembro de 2019, desligado por má conduta e actos de rebelião”, lembrou o porta-voz.
Alberto Segunda considerou os elementos que supostamente tomaram de assalto a IURD de “associação criminosa”, por estes terem realizado “assembleia à margem dos estatutos, falsificação de documentos e agressores”.
“O que não devemos aceitar é o pronunciamento do Ministério da Cultura e director do Instituto Nacional dos Assuntos Religiosos legitimam alguém que já não fazia parte da Igreja desde 2019, dizendo que ele é único interlocutor entre o Estado e a Igreja Universal do Reino de Deus”, disse o Bispo Segunda.
Em conferência de imprensa este sábado, 17, disse ainda que, tendo em conta a polémica instalada, a liderança da Igreja Universal, “solicitou, várias vezes, encontros com o Ministro da Cultura e com o director do INAR, infelizmente nunca fomos recebidos”.
Processo em tribunal
Alberto Segunda revelou que, o grupo considerado rebelde, terá se levantado numa reunião pastoral que havia um manifesto que trazia várias acusações que resultaram numa queixa-crime.
O porta-voz da Igreja Universal do Reino de Deus, a direcção aguarda pelo pronunciamento dos órgãos de justiça sobre a problemática em curso, tendo esclarecido que, a questão da vasectomia “é uma prática é opcional e não uma doutrina da Igreja e, muitos que aderiram fizeram pela sua livre vontade”, para quem “o assunto virado com a vasectomia, visa justificar a intenção da tomada da Igreja”, disse.
Quanto aos missionários da Igreja Universal, a direcção manifesta-se preocupada e garante que tudo está a ser feito junto do gabinete jurídico para que os pastores brasileiros não sejam deportados, assegurando que “não existe nenhuma ilegalidade”.