A adesão ao primeiro dia da greve convocada pelo Sindicato Nacional de Professores e Trabalhadores do Ensino Não Universitário (Sinpetnu) de Angola rondou os 70%, segundo o porta-voz da organização, estimando um aumento de adesão na sexta-feira.
Rafael Bonito, porta-voz e membro da comissão nacional do Sinpetnu disse à Lusa que a greve poderá ter na sexta-feira uma adesão de 90%, pois só hoje a declaração foi recebida em todas as províncias angolanas.
A entidade patronal tem de receber e aceitar a declaração de greve para que os docentes possam aderir.
O Sinpetnu convocou uma greve nacional para exigir melhores condições laborais, promoções e a criação de meios mais eficientes e constantes para a proteção dos agentes da educação contra a covid-19, além da implementação do transporte para professores ou o respetivo subsídio.
A primeira fase da paralisação dos agentes da educação, que abrange cerca de 138.000 profissionais de todo o país, decorre entre 22 e 27 de abril, a segunda entre 24 e 27 de maio e a terceira fase de 14 de junho a 02 de julho, coincidindo com o período de realização das provas nacionais.
Segundo Rafael Bonito, também secretário provincial do Sinpetnu na Lunda Norte, do caderno reivindicativo constam 14 pontos, considerando que há três essenciais: valorização do tempo de serviço, atualização dos graus dos professores de acordo com uma nova tabela salarial proposta pelo Sinpetnu e promoções em função do tempo de serviço.
O sindicalista adiantou que o caderno reivindicativo foi remetido em 24 de fevereiro ao Ministério da Educação, que respondeu em 02 de março, mas os professores ficaram insatisfeitos porque a tutela “não mostrou vontade de resolver os problemas”.
Em 24 de março chegaram a ser encetadas negociações, mas não houve entendimento, pelo que os professores decidiram avançar para a greve.