O político angolano Raul Danda, deputado da UNITA, da oposição, morreu hoje, aos 63 anos, “de forma repentina” numa clínica privada em Luanda
A morte de Raul Danda foi confirmada à RFI pelo secretário nacional para a Comunicação e Marketing da UNITA, Marcial N’Dachala.
“Raul Manuel Danda faleceu esta manhã, em Luanda, vítima de doença. Foi uma morte ,infelizmente, repentina”.
Raul Danda era uma figura forte da UNITA, tendo sido vice-presdiente do partido e líder da bancada parlamentar; actualmente era deputado, presidente da Comissão dos Direitos Humanos da Assembleia Nacional de Angola e “primeiro-ministro sombra”.
Para além do seu percurso na política, Danda era também jornalista, professor, escritor e actor, recorda Marcial N’Dachala.
“Raul Danda era um homem de múltiplos talentos. Era futebolista. Era músico, foi actor. Um jornalista de rara carreira, um radialista fora do comum. Ele é lembrado pelos ouvintes da RNA [Radio Nacional de Angola] e da antiga Voz da Resitência do Galo Negro. Era um político destemido, de verbo fácil. Enquanto deputado, ele era dotado de um discurso de uma riqueza proverbial africana suigeneris. Homem intelectualmente muito corajoso, foi um activista político”.
O secretário nacional para a Comunicação e Marketing da UNITA afirma que a oposição angolana fica mais pobre com a morte de Raul Danda, ele que era uma voz crítica do Executivo de João Lourenço.
“Ele era uma das vozes mais activas da UNITA, ao nível do grupo parlamentar e não só. Tinha um grau de intervenção, nos media, considerável. No que toca às críticas que ele fazia à governação do actual regime, fazia-as em nome da UNITA”.
Ao lado de Abílio Kamalata Numa, Adalberto da Costa Júnior, Alcides Sakala, José Pedro Kachiungo, Raúl Danda foi um dos candidatos à liderança da UNITA, o principal partido de oposição no país. A corrida acabou por ser ganha por Adalberto da Costa Júnior.