Os semáforos instalados nas principais vias da cidade de Luanda estão inoperantes há mais de um mês, situação que causa transtornos ao trânsito automóvel, sobretudo nas horas de ponta. O Governo Provincial de Luanda (GPL) passou recentemente a ser o novo gestor dos semáforos na capital, depois de 13 anos sob tutela do Ministério do Interior (MININT), mas Joana Lina ainda não criou um gabinete para a sua gestão.
Quem pretender chegar à zona da baixa ou quiser sair da cidade de Luanda para a periferia, nas primeiras horas do dia ou no final da tarde, irá enfrentar longas filas de automóveis por conta da inoperância dos semáforos. O Novo Jornal, que circulou pelas avenidas Brasil, Ho Chi Minho, 4 de Fevereiro, Baía de Luanda, estrada da Samba, Largo da Independência, e pelas ruas Eugénio de Castro e Fernando Pessoa, constatou os transtornos na circulação automóvel e ouviu os lamentos dos automobilistas.
É o caso de Armindo de Lemos, que disse que a inoperância de semáforos faz com que haja muitos engarrafamentos na zona baixa de Luanda.
“Eu sempre me pergunto por que razão os semáforos deixaram de funcionar? Mas nunca encontrei uma resposta”, questionou, considerando ser uma situação inadmissível.
“O Governo tem de ver isso. É um transtorno nas nossas vidas, e desnecessário, às vezes ficamos horas no trânsito sem razão nenhuma”, disse o condutor Pedro António.
O taxista Aberto Tomás “Man Tomás”, que faz a rota São Paulo – Zamba II, disse que desde que os semáforos deixarem de funcionar, tornou-se difícil, sobretudo nas horas de ponta, fazer o serviço de táxi naquele trajecto.
“Hoje já se nota muitas pessoas nas primeiras horas do dia a andar a pé, para evitarem os engarrafamentos”, contou o taxista Aberto Tomás.
Para minimizar a situação, os agentes reguladores de trânsito ajudam a desafogar o congestionamento. O mesmo não acontece no período nocturno, o que aumenta os riscos de acidentes.
Um agente regulador de trânsito, que preferiu não ser identificado, disse que a situação cria inúmeros problemas na circulação automóvel no período da manhã.
“Já temos muitos problemas de efectivos nas esquadras, ainda temos que vir regular o trânsito na cidade porque os semáforos não funcionam. Peço a quem de direito que resolva esse problema com urgência”, apelou o agente regulador de trânsito.
Sobre o assunto, o Novo Jornal contactou o Governo Provincial de Luanda para os devidos esclarecimentos. Uma fonte do GPL, que preferiu não ser identificada, confidenciou que muito recentemente o GPL passou a ser o responsável pelos semáforos na província de Luanda.
Conforme a fonte, apesar de a gestão ser do GPL, a governadora provincial, Joana Lina, ainda não criou um gabinete para a sua gestão.
“O que falta é somente a criação de um departamento que se responsabilize pela gestão. Este assunto é agora da responsabilidade do Governo Provincial de Luanda e não mais do Ministério do Interior” explicou a fonte