O movimento independentista de Cabinda, FLEC-FAC, apelou hoje à Guiné-Bissau que apoie a autodeterminação daquela província angolana e corte relações diplomáticas com Angola, garantindo que a região está disposta a partilhar as suas riquezas com “amigos e parceiros”
Num comunicado hoje divulgado, a direção político-militar da FLEC-FAC (Frente para a Libertação do Enclave de Cabinda-Forças Armadas de Cabinda) pede um lugar nas instituições internacionais, nomeadamente nas Nações Unidas e apela aos presidentes da República do Congo, Denis Sassou-Nguesso, e da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, que apoiem este passo.
Apela igualmente ao primeiro-ministro português, António Costa, para que tome uma iniciativa nesse sentido.
“A FLEC-FAC considera hoje a Guiné-Bissau como um Estado irmão de Cabinda e seu aliado”, salienta a organização num comunicado em que pede ao Governo daquele país “que quebre as suas relações diplomáticas com Angola”, frisando que Cabinda está disposta a partilhar a sua riqueza natural com os seus amigos e parceiros.
A direção do movimento pede ainda a António Costa e Umaro Sissoco Embaló que nomeiem e enviem adidos militares e representantes diplomáticos às bases da FLEC-FAC para “reforçar relações políticas estratégicas” com o movimento.
A província angolana de Cabinda, onde se concentram a maior parte das reservas petrolíferas do país, não é contígua ao restante território e desde há anos que líderes locais defendem a independência, alegando uma história colonial autónoma de Luanda.
A FLEC, através do seu “braço armado”, as FAC, luta pela independência daquela província, alegando que o enclave era um protetorado português, tal como ficou estabelecido no Tratado de Simulambuco, assinado em 1885, e não parte integrante do território angolano.
Cabinda é delimitada a norte pela República do Congo, a leste e a sul pela República Democrática do Congo e a oeste pelo Oceano Atlântico.