Em Angola, o líder do maior partido da oposição afirma ser prematuro discutir a questão da liderança da Frente Patriótica Unida e nega especulações da imprensa de que Abel Chivukuvuku seria o seu vice-presidente em 2022.
Adalberto Costa Júnior disse nesta quarta-feira (02.06) que os relatos de que Abel Chivukuvuku, coordenador do projeto político PRA-JA Servir Angola, seria seu vice-presidente na corrida eleitoral de 2022 não passa de especulações e que as forças políticas continuam a negociar.
O dirigente da UNITA, maior partido da oposição em Angola, sublinhou que o núcleo duro da coligação que pretende colocar o Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA) na oposição ainda não decidiu sobre o cabeça de lista da tripartida.
Em maio, o Novo Jornal avançou que Adalberto Costa Júnior terá sido escolhido pela cúpula da Frente Patriótica numa “reunião secreta”. A informação, segundo o líder dos “maninhos”, não foi confirmada por uma fonte oficial. As comissões, diz Adalberto Costa Júnior, continuam a trabalhar para a efetivação do projeto.
“Temos um momento em que vamos anunciar essas questões. Portanto, tudo aquilo que vi publicado por alguns jornais é prematuro e não saiu de dentro das organizações. As comissões continuam a trabalhar e estamos profundamente envolvidos na realização”, garantiu.
“O importante é que as lideranças não descolaram minimamente dos objetivos. Agora, estamos a trazer ao final a formatação deste caminho comum com todas as instituições”, acrescentou o presidente do maior partido da oposição angolana.
“Apoio total”
O presidente da UNITA, que foi orador de um debate sobre a reforma do Estado angolano, promovido pelo Fórum dos Docentes Universitários, garantiu ter apoio total do partido para a formação do projeto, que pretende garantir a alternância política em Angola.
“Estamos com uma negociação com o PRA-JA [Servir Angola] e Abel Chivukuvuku muito adiantada. Temos outra com o Bloco Democrático também, no sentido de viabilizar aquilo que as lideranças anunciaram como vontade própria”, afirmou.
“Portanto, enquanto Presidente da UNITA, participei individualmente. A mim interessa-me ter a UNITA, toda ela, com assunção plena para votar favoravelmente. Posso dizer que aquilo que era necessário ter do partido para esta formatação eu tenho na plenitude”, acrescentou.
Sobre o escândalo de corrupção na Casa de Segurança da Presidência da República de Angola, Adalberto Costa Júnior entende que o major das Forças Armadas de Angola não agiu sozinho.
O presidente da UNITA apela às autoridades a pararem de manipular a população. “Está óbvio que não é possível um homem sozinho chegar a estes elementos que são públicos. Por trás, estão seguramente muitas personalidades e muitas instituições. É fundamental que os órgãos públicos, em particular, deixem de formatar as cabeças das pessoas com programas dirigidos a fazer crer que isto é ato de um homem só”, apelou.