Dibanzilua Massala, 49 anos, foi detido há dias pelo Comando Municipal de Cacuaco da Polícia Nacional, por, supostamente, ter espancado, brutalmente, a sua esposa, Maria Mafuta, com deficiência física nos membros inferiores, sob alegação de ter chegado tarde em casa. Maria Mafuta explicou que as agressões eram constantes e que, muitas vezes, era com as muletas que lhe serviam de apoio à locomoção, sendo socorrida pela filha de 12 anos.
Acrescentou que decidiu partilhar o seu sofrimento com pessoas conhecidas, acabando por ir parar nas redes sociais, culminando com a detenção do esposo, Dibanzilua Massala, com quem vivia maritalmente, com três filhos menores.
Justificou que por vezes chegava tarde em casa pois só saía do mercado do Kikolo depois de terminar de fazer tranças às clientes.
Maria Mafuta fez saber que outra razão que fez com que o esposo partisse quase sempre para a agressão tem a ver com o facto de o mesmo, marceneiro de profissão, retirar alguns bens de casa para vender e dar destino indevido ao dinheiro, atitude reprovada por ela.
A lesada afirmou que já chamou a atenção do esposo no sentido de evitar agressões físicas, fundamentalmente em frente dos três filhos, e optar pelo diálogo.
Explicou que o esposo sempre que nota algo errado parte imediatamente para a agressão física. Maria Mafuta acrescentou que tem sofrido discriminação por parte da família do esposo pelo facto de ser deficiente.
O porta-voz da Polícia Nacional, inspector-chefe Nestor Goubel, disse que o acusado andou foragido, mas acabou por ser detido. O processo-crime vai ser encaminhado ao Ministério Público.
Manuela Gaspar, secretária para a Acção Social e Cidadania do Comité Nacional da OMA, reprovou a atitude de Dibanzilua Massala.
Explicou que a luta contra a violência doméstica consta do Plano de Acção daquela organização, que continua a trabalhar na sensibilização da sociedade no sentido de evitar actos do género.