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COVID-19: Sindicato dos Taxistas de Angola diz que “patrões são responsáveis” pela fraca adesão à vacinação

O Presidente do Sindicato dos Taxistas de Angola (STA), Geraldo Wanga, disse hoje ao Novo Jornal que os taxistas que não aderiram à campanha de vacinação dirigida a este sector profissional foram condicionados pelos patrões a não aderir para que as viaturas continuem a facturar sem interrupção. Reunião geral das associações de taxistas marcada para hoje pode ser saída para a “crise”.

“Os patrões é que estão a condicionar a adesão em massa dos taxistas à campanha de vacinação”, acusa Geraldo Wanga em declarações ao Novo Jornal.

Questionado se a solução poderá passar por um apoio extraordinário do Governo aos patrões de forma a que estes não criem dificuldades aos seus taxistas para que estes possam aderir à vacinação, Geraldo Wanga respondeu se trata de uma questão de saúde pública e que os patrões tem de levar isso em consideração porque também eles têm a ganhar com a imunização dos seus homens do volante.

“Isso é uma questão de prevenção da contágio da Covid-19, portanto. O Governo faz a sua parte que é colocar as vacinas disponíveis”, apontou.

À entidade patronal, diz o sindicalista, “compete, no âmbito do espírito patriótico, compreender a situação pandémica e perceba que um dia sem receber o dinheiro para salvar vidas vale a pena”.

“É um investimento que vale a pena. Perde-se um dia e ganham-se mais dias em segurança com o condutor vacinado”, disse.

Segundo Geraldo Wanga, o Sindicato dos Taxistas de Angola vai reunir hoje com todas as associações dos taxistas para analisar este problema e definir uma estratégia para gerir esta questão.

“Nós enquanto sindicato, a nossa posição é uma: estaremos reunidos no sentido de esclarecer que o nosso papel é fundamental nessa relação entre o patrão e o condutor”, afirmou o sindicalista.

Uma das possibilidades avançada pelo sindicato é que sejam as associações de taxistas a emitir o justificativo a ser entregue a entidade patronal para o tempo de ausência do profissional quando este se deslocar ao posto de vacinação previamente agendado.

Geraldo Wanga referiu que nestas circunstâncias deve-se apelar ao bom senso dos patrões e não do Governo, porque o Governo já colocou à disposição dos taxistas as vacinas, argumentando que, todavia, se não existir a compreensão dos patrões o Executivo pode e deve intervir na situação porque é uma questão de saúde pública e os taxistas lidam com milhares de pessoas diariamente.

De acordo com responsável do Sindicato dos Taxistas de Angola, os profissionais têm vontade de apanhar a vacina, mas sentem-se obrigados a trabalhar porque o patrão pensa que diariamente tem que receber o dinheiro mesmo estando diante desta situação.

Isto, porque o método normal de trabalho passa por, ao final do dia, o taxista entregar obrigatoriamente uma determinada quantia.

“Não existe entendimento entre o patrão e o condutor e a outra grande confusão consiste nas associações, isso, porque cada uma delas quer ser a protagonista desse processo. Está errado, não é hora de protagonismo é hora de olharmos para as pessoas e salvarmos vidas”, concluiu o sindicalista.

 

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