O jornalista angolano, Coque Mukuta foi ouvido na passada quinta-feira, 17, na Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP), por alegado crime de abuso de “liberdade de imprensa” tendo lhe sido limitado as suas movimentações nos termos de identidade e residência. Jornalista proibido de sair de casa sem aviso prévio
Interrogado durante uma hora, pela Procuradora, Felicia Gaspar de Bessa da Silva, determinou que o jornalista está proibido de sair do país, e que também fica proibido de sair de casa por um período de cinco dias e sempre que o desejar fazer deve comunicar as autoridades.
O profissional foi processado por escrever no Portal “O Decreto” , uma reportagem cujo titulo “Silêncio de João Lourenço “apadrinha” corrupção no Cuanza-Norte” desagradou as autoridades angolanas.
A reportagem segundo avaliações, cumpriu com todos os critérios exigidos com realce ao contraditório, mas terá sido o titulo que incomodou as autoridades levando com que a vice-governadora da província do Cuanza-Norte, Leonor da Silva Ferreira Lima Garibaldi move-se uma participação contra o jornalista.
Protesto dos profissionais
Na terça-feira, 15, um grupo de jornalistas que alega “perseguição” por parte das autoridades judiciais do país, protestou junto da Procuradoria-Geral da República (PGR), exigindo para já, o fim das perseguições contra a classe jornalística.
Já, o jornalista Escrivão José, director do Jornal Hora H foi igualmente chamado à Direcção Nacional de Investigação e Acção Penal (DNIAP) para responder a queixa-crime apresentada pelo governado provincial do Kuanza-Norte, Adriano Mendes de Carvalho, que acusa o Escrivão de calúnia e difamação, na sequência de uma matéria publicada pelo jornal.
Refira-se que, na manifestação desta terça-feira, 15, o grupo de quatro jornalistas exibiu vários cartazes, com os dizeres: “Basta! Investiguem os Procuradores e não os Jornalistas”; “Jornalistas não Roubam o Povo”; “Perseguir Jornalistas é Oprimir a Sociedade” e “Abaixo as Perseguições contra os Jornalistas”.
Tratou-se de Coque Mukuta, da “Voz da América”, Lucas Pedro, do “Club-K”, Jorge Neto, do jornal “O Estado News”, e Escrivão José, do “Jornal Hora H”, permaneceram próximo à PGR perto de uma hora.
“Manipularam, receberam os órgãos todos, fizeram os órgãos todos reféns e agora vão atingindo os jornalistas que lhes parece com maior liberdade, para acabarem de cilindrar quase todos e esse é o grande objectivo deles”, sublinhou.
Por sua vez, o jornalista Escrivão José, director do “Jornal Hora H”, com mais de 20 notificações, todas por calúnia e difamação, disse por ocasião da manifestação junto da PGR que o protesto pretendeu alertar o Governo para parar com a perseguição aos jornalistas.