O presidente da República, João Lourenço, que falava durante a reunião do Comité Central do MPLA, em Luanda, nesta quinta-feira, 29, considerou entre outros assuntos que a UNITA, poderá ser culpada caso o país venham registar números escandalosos de infecção da Covid-19 nos próximos dias, após ter participado da manifestação de 24 de Outubro.
Em declarações, João Lourenço que reconheceu a legalidade do direito à manifestação pese embora o Decreto Presidencial sobre o estado de calamidade pública (direito à vida), criticou duramente o facto de o maior partido da oposição tenha participado da actividade que culminou com detenções de vários cidadãos.
No mesmo dia, confirma a organização, foram registas duas mortes, 103 detidos e mais de 300 pessoas continuam em parte incerta, actos consequentes da repressão policial contra manifestantes, cujo lamentou João Lourenço, referindo-se especificamente de profissionais de Jornalismo e disse esperar que não mais aconteça.
Nas redes sociais, internautas angolanos e activistas cívicos repudiam a posição do titular do poder Executivo que a todo custo acusa a UNITA pelos recentes acontecimentos e, apoiando-se à situação pandêmica no país, opta por adiamento da realização das autarquias locais.
Opiniões há de algumas figuras públicas que o “povo não precisa mais de discursos de acusações mas sim de resoluções de problemas”, tratando-se de situações que afectam directamente os angolanos, onde várias reacções sugeriam que João Lourenço deve aceitar o debate televisivo proposto pela UNITA e fazer as mesmas críticas na presença de Adalberto Júnior.
De comum acordo esteve Luís Jimbo, director do Instituto Angolano de Sistemas Eleitorais e Democracia que falava à Rádio Eclésia sobre os assuntos que marcam a actualidade, o discurso de João Lourenço e a manifestação de 24 de Outubro, sendo para este necessário que haja um encontro entre os dois líderes políticos para por meio do diálogo serem resolvidas todas estas questões.
A UNITA, maior partido da oposição angolana, colocou a todos os órgãos de televisão, que até são do Estado, o desafio de convidarem o Presidente da UNITA e o Presidente do MPLA para um grande debate construtivo e positivo, prática comum nas democracias onde as lideranças prestam contas aos seus concidadãos.
“Seria aquele momento, eventualmente, o início de uma nova éra no relacionamento entre a Comunicação Social e as lideranças políticas e, por efeito multiplicador, para com toda a sociedade num Estado que se quer verdadeiramente Democrático de Direito”, conforme se lê na nota.
Ainda na nota de imprensa, a UNITA enfatizou que prova, todos os dias, a sua prontidão de trabalhar com todas as forças vivas da sociedade para operar a mudança que o país há tanto almeja.