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O prelúdio do colapso da economia mundial e do MPLA em Angola

Aqueles que como eu, sabem pelas escrituras que desastres, pestes, guerras e colapso econômico fazem parte do fim dos tempos em que vivemos, não encontrarão motivos de desespero neste artigo. Meu desejo, e sem cera, enquadra-se no sentido de ajudar o leitor nesses tempos difíceis, a delimitar alguns passos práticos face a crise existencial que vivemos hoje.

A verdade que se diga, o mundo está confuso e assustado. As infecções por COVID- 19, estão aumentando em Angola e no mundo. Só nos EUA e em todo o mundo, pastagens por onde pensávamos que eles poderiam conter o vírus, meu amigo- nada. As perspectivas para o próximo ano, são, na melhor das hipóteses, incertas; os países estão correndo para produzir e distribuir vacinas em velocidades vertiginosas, alguns optando por contornar os testes de fase crítica. Enquanto isso, os números do desemprego permanecem vertiginosamente altos. Estamos caminhando para uma depressão global – um período de miséria econômica que poucas pessoas vivas já experimentaram, alguns vaticinam.

Vamos começar por analizar a palavra “depressão”. Não existe uma definição comumente aceita do termo. Isso não é surpreendente, visto que raramente passamos por catástrofes dessa magnitude. Mas existem três fatores que a meu ver, separam uma verdadeira depressão econômica de uma mera recessão. Primeiro, para ser uma depressão, o impacto tem de ser global. Em segundo lugar, afeta mais profundamente os meios de subsistência do que qualquer recessão que enfrentamos em nossas vidas. Terceiro, seus efeitos negativos durarão mais tempo.

Portanto, posso aqui afirmar que uma depressão não é um período de contração econômica ininterrupta. Pode haver períodos de progresso temporário dentro dela que criam a aparência de recuperação. Gostaria de aqui passar em revista a Grande Depressão da década de 1930 que começou com a quebra do mercado de ações em outubro de 1929 e continuou até o início da década de 1940, quando a Segunda Guerra Mundial criou a base para um novo crescimento. Esse período incluiu duas quedas econômicas distintas: primeiro de 1929 a 1933 e depois novamente a de 1937 a 1938. Como na década de 1930, é provável que vejamos momentos de expansão da economia global neste período de depressão.

Depressões não apenas geram estatísticas feias e colocam compradores e vendedores em hibernação. Elas mudam a maneira como vivemos. A Grande Recessão gerou poucas mudanças duradouras. Alguns líderes em todo o mundo e JLO também, agora falam com mais frequência sobre a desigualdade de riquezas, mas poucos têm feito muito para enfrentá-la.

O Fundo Monetário Internacional pinta um retrato desolador da economia global, dizendo que a pandemia do coronavírustem causado danos mais generalizados do que o esperado e será seguida por uma recuperação lenta. A economia global vai encolher este ano em 4,9 por cento, pior do que o declínio de 3 por cento previsto em Abril; disse o FMI.

Nenhuma grande economia está a escapar da pandemia. A economia dos Estados Unidos, a maior do mundo, deverá encolher este ano em 8 por cento. Os países que usam a moeda única europeia estão caminhando para um declínio de mais de 10 por cento, enquanto a produção japonesa cairá 5,8 por cento, disse também disse o FMI. A economia chinesa, sofrendo as devastações gêmeas da pandemia e da guerra comercial com os Estados Unidos, está projetada para obter um ganho de apenas 1 por cento – seu pior desempenho em várias décadas.

Então como deviam as economias dos países pobres agir neste período da crise econômica para aumentar o crescimento econômico? Algumas ações devem desde já acontecer: as taxas de juros devem ser mais baixas – será necessário reduzir o custo do empréstimo e aumentar os gastos e investimentos públicos na economia e com os agentes econômicos. Outro parâmetro; o aumento dos salários reais – se os salários nominais crescerem acima da inflação, os consumidores terão mais disponibilidade para gastar. Aqui está um dos grandes problemas da Equipa Econômica do Governo Angolano. Está a trair e sabotar a visão de JLO em manterem uma economia estagnada.

Em termos de estatística, a retração econômica custará à África Subsaariana entre US $ 37 bilhões a US $ 79 bilhões em perda de produção só este ano, devido a uma queda acentuada no crescimento da produção com os principais parceiros comerciais, incluindo a China e a Europa, bem como uma queda acentuada nos preços das commodities, lideradas pelo petróleo. Muitos países vão continuar a experimentar uma redução na atividade turística, bem como as medidas domésticas para conter a pandemia global de coronavírus.

Assim sendo, a previsão da taxa de crescimento econômico negativo parece ainda mais nítida quando comparada com uma projeção de crescimento populacional da África Subsaariana de 2,7%.

Existe uma teoria econômica que gosto de simplificar para os leigos: o efeito multiplicador que é um fator na economia e que aumenta proporcionalmente outras variáveis ​​relacionadas quando aplicado. Os multiplicadores são comumente usados ​​no campo da macroeconomia – a área da economia que estuda o comportamento da economia como um todo. Existem vários multiplicadores diferentes, incluindo o multiplicador de ganhos, o multiplicador fiscal, o multiplicador de investimento e o multiplicador keynesiano.
Vou aqui falar um pouco do elemento essencial da economia keynesiana: em suma, é a ideia de que a macroeconomia pode ficar em desequilíbrio (recessão) por um tempo considerável. Para ajudar a se recuperar de uma recessão, a economia keynesiana defende maiores gastos do governo (financiados por empréstimos do governo) para impulsionar uma economia em crise. O Governo angolano precisa desta aproximação.

Seria um erro da minha parte, um erro acadêmico, humanitário e intelectual não fazer uma correlação directa ao que Luanda viveu no Sábado passado dia 24 de Outubro 2020. A narrativa verídica é que Jovens angolanos desempregados, manifestaram-se em várias províncias para exigir emprego num país em que, segundo os dados oficiais, 45% deles estão sem trabalho.

So em Luanda, foram cerca de 150 os jovens que participaram na “Marcha Contra o Elevado Índice de Desemprego”. Em declarações à agência Lusa, um dos organizadores, José da Silva Alfredo, licenciado em Filosofia e sem trabalho, realçou que o objetivo é pressionar o Governo do Presidente angolano, João Lourenço, a olhar com maior atenção para as questões relacionadas com a juventude.

Que eu saiba, o Presidente João Lourenço tem o privilégio te estar casado com uma das melhores economistas deste país – mas tudo indica que ele não está a escuta-la. Foi preciso que 3 anos depois que ele prometeu 500 mil empregos e uma Califórnia em Benguela, os jovens saíssem às ruas a reivindicarem o direito a um emprego decente. O que JLO fez? Prendeu mais de 103 jovens desesperados por um presente e futuro melhor, e que não podem comer decretos sobre a cavid-19.

Sou do MPLA, mas ao ver Angola no estado em que está, 45 amos depois, faz- me pensar na quela noite em que Deus apareceu no motel em que o futuro líder dos Israelitas estava pernoitando para o matar. Diz a Biblia Sagrada, em Êxodo 4:24-26. “24, Numa hospedaria ao longo do caminho, o Senhor foi ao encontro de Moisés e procurou matá-lo. 25, Mas Zípora pegou uma pedra afiada, cortou o prepúcio de seu filho e tocou os pés de Moisés. E disse: “Você é para mim um marido de sangue! 26; Ela disse “marido de sangue”, referindo-se à circuncisão. Nessa ocasião o Senhor o deixou.

Será que a Primeira Dama podia salvar está nossa economia que nem a Zipora quando salvou a vida de seu marido sanguinário. Só um devasso pensaria que o MPLA e JLO não são sanguinários, basta olhar para o universo de angolanos vivendo e morrendo por tudo nesses longos 45anos. Isso tem que mudar. A equipa econômica, a ministra das Finanças, o ministro da economia, numa hasta pública, não seriam leiloados nem por Kz1000.00 cada, julgando pela profundidade de suas inabilidades de aconselhar o Executivo a investor na vida dos jovens e das mulheres.

Graças a Deus, vem aí em 2022, ( novas eleições gerais) e sem fraude, as mulheres deste país e os jovens desta vasta Angola, não mais irão salvar o MPLA, mas irão sim determinar a morte do meu partido, MPLA, e consequentemente, do JLO ate aqui, que não consegue ler a escrita na parede : “MENE, MENE, TEKEL, UPHARSIN” ( pesado foste na balança e achado em falta). Com essas palavras, caiu o primeiro Império que o mundo já conheceu, o Império Babilônico. Talvez será melhor assim para a juventude angolana a queda do MPLA e vê-lo na oposição por 45 anos para que os jovens possam pela primeira vez em suas vidas, sonhar e voar sem distúrbios. Assim, o calapso da economia mundial, certamente, vai trazer um ganho tangível para esta geração, a queda tão almejada do MPLA.

Mário Cumandala

Economista

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