O não pagamento de dívidas públicas pelo Governo angolano está forçar pequenas e médias empresas a encerrarem e a despedirem pessoal. Deputado denuncia subornos par se tentar obter os pagamentos e empresário revela ter despedido 300 trabalhadores.
Isto ao mesmo tempo que há acusações que agora para se tentar obter o pagametno de dívidas do Estado é preciso pagar subornos.
Após a divulgação pela VOA da reportagem Angola: “Pequenas e médias empresas lutam para não fechar as portas”, vários empresários contactaram os nossos serviços para denunciar não pagamento das dívidas que o Estado angolano tem para com as suas empresas.
Muitos deles, receando represálias, pediram o anonimato.
Alberto Daniel Catanganha, empresário que não recebe há varios anos, disse conhecer “tantos agentes económicos que encerraram as portas”.
“A dívida que o Estado tem para com a minha empresa vem desde 2012, paguei trabalhadores, fiz o trabalho e não recebo o que devia”, disse.
O empresário, que actua no ramo da construção civil, acrescentou que teve de dispensar mais de 300 funcionários.
“Nós actuamos na área da construção civil e tínhamos trabalhadores expatriados, chineses, nós pagamos salários aos trabalhadores chineses depois tivemos que os mandar ir embora porque não tivemos condições para suportá-los”, disse.
Lindo Bernardo Tito, jurista e deputado da oposição, diz que os estragos do não pagamento da dívida pública às empresas são visíveis e essa realidade “está a criar enormes dificuldades e a levar ao encerramento de várias empresas, com consequências visíveis uma das quais elevado número de desempregos que resulta deste encerramento das empresas”.
O parlamentar denunciou a existência de suborno no sistema de pagamento das dívidas internas.
“E quem não suborna não tem direito ao pagamento das suas dívidas e isso óbviamente está a ter consequências nefastas para a vida empresarial privada do nosso país”, afirmou Tito.
A VOA contactou Adebayo Emanuel João Vunge, director do Gabinete de Comunicação Institucional e Imprensa do Ministério das Finanças, mas não obteve qualquer resposta.