Na luta pela estabilização dos preços da cesta básica em Angola, agora com a suspensão de direitos aduaneiros em alguns produtos, o Governo prepara a entrega de 500 carrinhas para estimular o comércio interno.
Mas esse plano do Executivo pode esbarrar com uma realidade vísivel em toda a Angola, nomeadamente o estado péssimo de estradas, principlamente para as zonas rurais do interior onde estão muitos dos produtos que se pretende comercializar.
Os meios devem estar à disposição de operadores privados, mediante concurso público, até Novembro, já com centros logísticos criados, conforme esperam as autoridades angolanas .
As viaturas de carga, com capacidade para até 6,5 toneladas, representam, segundo especialistas, um investimento insustentável face à situação das estradas secundárias e terciárias.
O presidente da Associação dos Camionistas de Angola, Sabino da Silva, disse que “a ideia é boa, mas não para já porque as estradas em Angola são uma lástima”, estimando que isso se aplica a 70% das estradas
“Isto acontece mais no meio rural, infelizmente, porque é lá onde devem estar os produtos para a cidade”, refere o camionista.
O activista cívico e economista Abílio Sanjaia, que vê na produção interna a solução para o problema da cesta básica, lembra que muitos operadores optam por não colocar as suas viaturas ao serviço do comércio rural.
“As famílias têm algum produto lá na aldeia porque o carro lá não chega, não conseguem vender”, disse e interrogou: “Temos de repensar se os problema está nas carrinhas ou nas estradas?”
Sanjai afirmou ainda que “no mercado informal várias viaturas de carga estão encostadas porque a situação das vias não facilita”.
O Governo não avançou o custo das 500 carrinhas, que terão como prioridade as províncias do Huambo, Bié, Benguela, Kwanza Norte e Namibe