A nova Sede da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), de Angola, está sob suspeitas de comportar nas suas instalações, um túnel que dá acesso ao Palácio Presidencial.
A instituição, cujo presidente, Manuel Pereira da Silva “Manico”, uma figura que pelos partidos da oposição e sociedade civil é fortemente contestada está localizada à escassos metros da Cidade Alta, em Luanda.
Em um clima de desconfianças durante a marcha pacífica sob o lema “Eleições livres, justas e transparentes”, convocada pelo maior partido da oposição angolana, UNITA, a moldura humana presente no local do comício respondeu que, infelizmente, com o MPLA não se pode duvidar de tamanha coragem.
Na base desta informação, sabe Angola24Horas, esteve o facto de, durante a sua intervenção, o Presidente da UNITA, Adalberto Costa Júnior ter questionado se todos conheciam em que local se encontrava a projectar o novo edifício Sede da Comissão Nacional Eleitoral (CNE), após ter apelado aos angolanos ao registo eleitoral para que todos participem do pleito de 2022.
Agora, disse ACJ, a devolução da Lei ao parlamento vai trazer verdades e vamos saber se vamos continuar a ter uma CNE com comités de especialidade em maioria ou se vamos ter qualidades, porque o MPLA vai ser confrontado consigo próprio, numa altura em que considera ACJ que, o regresso da Lei Orgânica à Assembleia Nacional não poderá expurgar aqueles artigos que não são legais nem universais.
A negociação que houve no parlamento, salientou Adalberto Júnior, foi uma negociação em que participaram os líderes do MPLA, ministros que receberam ordens do chefe do Executivo e, ainda bem que o presidente da República ouviu as vozes dos partidos da oposição e da cidadania e devolveu a lei ao parlamento.
“Este é um dos maiores problemas, porque há uma lei. Mas quando chegam às eleições, o plenário da CNE toma outras decisões, começa a substituir o pessoal administrativo eleitoral por novas forças e vem o regimento presidencial que toma posse da CNE. Vocês não vão aceitar isso de novo”, alertou ACJ.
Nestes termos, começou por questionar se a multidão presente sabia que se estava a projectar o novo edifício Sede da CNE, se o edifício ficava á escassos metros da Cidade Alta ou não, tendo avançado, então que, há pessoas afirmando que existe um túnel neste edifício que dá acesso ao Palácio Presidencial.
“Meus compatriotas, pode ser uma imagem, como pode ser uma realidade física. A realidade física espero que não exista, porque seria um atentado à verdade. A imagem também espero que não exista, porque é preciso cortar definitivamente com a posse da CNE, por parte das estruturas da presidência da República das eleições do país. É preciso cortar com esta prática definitivamente”, considerou.
Disse igualmente que, não demonstra vontade de transparência Eleitoral, o facto de a referida Lei aprovada pelo MPLA, ter reduzido para 15 dias, a fixação dos cadernos provisórios para que não haja deslocação de pessoas para longe das suas áreas de residência, bem como no caso da atribuição de credenciais aos delegados de lista, tempo reduzido na metade, respectivamente.
“Agora vamos ver o que o MPLA vai fazer. Agora vem a prova da verdade. Vocês acham normal colocar na lei a compra de votos com a distribuição de carros, geradores e motorizadas durante a campanha eleitoral? Está lá na Lei. Agora vamos ver se vai sair ou se vai ficar”, apontou.
Por último, lembrou que o governo de João Lourenço, que desde a tomada de posse se comprometeu a combater a corrupção e diz que é sua bandeira é mesmo governo que colocou na lei a corrupção eleitoral.