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Angola: “Não há garantias de que o acordo entre TPA, TV Zimbo e UNITA tenha vindo para ficar”, diz Reginaldo Silva

O jornalista Reginaldo Silva, considera que já é possível começar a “contar as espingardas” da última refrega em torno da comunicação social, na sequência do mais recente incidente com jornalistas que teve por palco a concorrida marcha/comício da UNITA, de sábado dia 11 de Setembro.

A data que já faz parte da história universal por causa do atentado em Nova Yorque contra as torres gémeas há 20 anos, segundo Reginaldo Silva também pode ficar na história de Angola como um marco de clarificação do relacionamento da imprensa com a política.

Como primeiro apuramento desta contagem preliminar, entende que nem tudo foi mau, pois a ruptura que se anunciava a complicar ainda mais tudo o resto que já não anda nada bem (para não variar), acabou por não acontecer.

Assim, sublinhou que não há, entretanto, qualquer motivo para lançar foguetes, nem para festejar, pois tratou-se tão somente de uma reposição da legalidade nos marcos definidos pela Constituição, que os comunicados da TPA e da Zimbo ameaçavam pôr em causa.

“Mais rapidamente do que se esperava, a “guerra dos comunicados” acabou por dar lugar ao diálogo, tendo o machado então desenterrado voltado para o seu lugar, embora o cachimbo da paz não tenha sido fumado como deve ser, pois nada nos garante que o acordo rubricado tenha vindo para ficar”, observou.

Reginaldo Silva disse ainda que, o que ficou para já vincado foi, mais uma vez, a necessidade dos jornalistas fazerem o seu trabalho no terreno da reportagem sem outros receios com a sua integridade física e moral, independentemente de todas as outras considerações que se possam fazer sobre a qualidade do jornalismo no país.

“É ponto assente que a fonte destes receios não são apenas os manifestantes, sendo a polícia também responsável por parte dos ataques aos jornalistas, como entre nós, é fácil de comprovar”, apontou.

Felizmente, referiu, a nossa lei penal já tipifica estas obstruções/constrangimentos como um crime de atentado à liberdade de imprensa passível de levar os acusados a serem condenados a uma pena de prisão efectiva.

Para o jornalista, embora a legislação angolana esteja cheia de letras mortas, aqui fica um apelo especialmente dirigido aos magistrados do Ministério Público/PGR, no sentido de começarem a olhar com outros olhos para este crime que é público.

 

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