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Angola: Sociedade Mineira de Catoca diz “não haver mortes” ou afetados angolanos devido a rejeitados

A Sociedade Mineira de Catoca informou hoje que não se registou até ao momento qualquer morte ou pessoas doentes nas comunidades, na sequência da avaria que afetou o sistema de drenagem da bacia de rejeitados da empresa

A informação foi avançada pelo chefe de Departamento de Segurança de Trabalho e Ambiente da Sociedade Mineira de Catoca, Sabino Coqueia, numa apresentação sobre o estado da bacia de rejeitados e resultados preliminares da expedição técnico-científica, feita pela empresa na semana passada.

Na sequência do incidente, as autoridades da vizinha República Democrática do Congo (RDCongo) anunciaram pelo menos 12 mortes e mais de 4.000 pessoas doentes alegadamente devido à contaminação do rio, provocado pelo incidente na mina de Catoca, na província angolana da Lunda Sul.

Segundo Sabino Coqueia, até ao momento não houve nenhum contacto ou notificação entre as autoridades congolesas e a empresa.

“Temos visto pela imprensa, que tem divulgado este resultado das 12 mortes e número de pessoas que tem dito de pessoas doentes”, disse Sabino Coqueia, considerando “um paradoxo enorme”.

“Porque sabemos que não usamos nenhum produto químico no nosso processo de produção e a par disso, na zona de epicentro, não se verifica nenhum estado de saúde das populações débil e nem houve morte. Como é possível que a mais de 300 quilómetros de distância encontremos pessoas mortas por essa ação?”, questionou.

Sabino Coqueia frisou que está a ser feita uma avaliação, admitindo a possibilidade de as autoridades congolesas terem feito também as suas investigações e obtido os seus resultados.

“Mas é preciso que as investigações deles também sejam publicadas. Quanto a nós, fizemos essa expedição para fazer a caracterização físico-química da qualidade da água, vamos fazer a caracterização química dos sedimentos que encontramos na margem do rio Tchicapa e dentro de 30 dias teremos os resultados”, salientou.

De acordo com o responsável, as 55 amostras de água e 22 de sedimentos recolhidas foram enviadas para vários laboratórios independentes locais, para garantir transparência aos resultados.

O responsável adiantou que a título preventivo de situações futuras, a empresa está a verificar toda a zona da tubagem, onde verteu, a sua compactação e a construir mais três diques.

Na altura do incidente, técnicos da empresa faziam o levantamento da situação, duas vezes por dia, nos rios Lova e Tchicapa, para ter um controlo sistemático de como estava a variar os níveis de turbidez nesses rios.

No contacto mantido com as comunidades locais, avançou Sabino Coqueia, “principalmente com as autoridades tradicionais”, foram informados que é nos afluentes do rio Tchicapa, nomeadamente Sanguenje, Camanengue, Loaco e vários outros, onde as pessoas vão buscar água para consumo.

“A turbidez na realidade não afetou estes afluentes. Até hoje não houve nenhum estado de saúde, dizendo que alguém está doente, nem também a questão de uma morte, não se registou em nenhum momento naquelas localidades”, afirmou.

O responsável disse ainda que a nível interno, a empresa no percurso da bacia de rejeitados até ao Lova fez a análise físico-química e não foi verificado nenhum metal pesado, constatando também que as condições normais da água “encontram-se em estado bom”.

A Sociedade Mineira de Catoca é a quarta maior mina do mundo, explorada a céu aberto, responsável por mais de 75% da produção de diamantes do país, no mercado há 26 anos, e é igualmente a maior geradora de emprego no setor privado na província da Lunda Sul, com mais de 5.000 empregos diretos e indiretos.

 

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