Angola vai realizar, de 25 a 27 deste mês, a I Conferência Internacional de Diamantes, em Saurimo, capital da província da Lunda Sul, para a atração de investimentos, informou hoje o secretário de Estado para os Recursos Minerais
Jânio Correia Victor, que falava em conferência de imprensa para anunciar o evento, disse que a conferência tem entre outros objetivos dar a conhecer as inúmeras oportunidades de negócio no subsetor dos diamantes e continuar a dar credibilidade ao setor mineiro nacional, bem como dar a conhecer nacional e internacionalmente o valor do diamante angolano.
“Nós estamos direcionados em primeiro lugar a dar a conhecer o que é o diamante angolano de facto, isto é muito importante. O diamante para além de uma ‘commoditie’ é recurso mineral estratégico, mas que ocorre no nosso país em condições próprias”, referiu Correia Victor.
O governante angolano salientou ainda que para o evento, que se baseará em apresentações e debates interativos, assim como mesas redondas, foram convidados especialistas nacionais e internacionais, ligados ao mundo dos diamantes e grandes multinacionais que já operam em Angola, nomeadamente Al Rosa, Rio Tinto e Anglo American, entre outras que Angola está a trabalhar no sentido da sua presença no país.
“A todas elas foi feito convite, em alguns casos, quase todos temos respostas afirmativas e depois estamos ainda à espera, porque neste momento temos ainda três semanas praticamente do início desse evento”, referiu.
Segundo Jânio Correia Victor, foram enviados convites a algumas distintas personalidades do setor mineral de vários países vizinhos, nomeadamente Namíbia, Botsuana, República Democrática do Congo, além de representantes máximos de empresas que colaboram com Angola na exploração, lapidação e comercialização de diamantes.
“Muitos já confirmaram, senão a maioria, os outros estão em processo de confirmação, mas o que podemos afirmar neste momento é que a nossa conferência estará recheada de atores tanto a nível nacional como internacional que têm a ver com os diamantes”, referiu o governante angolano.
O programa prevê para o primeiro painel uma abordagem sobre a investigação geológica mineira de Angola, com enfoque para os diamantes e a situação da indústria diamantífera no país, para o segundo painel a exploração angolana de diamantes, no terceiro a lapidação de diamantes, no quarto painel a comercialização e mercado mundial de diamantes, no quinto a inovação tecnológica e logística da indústria diamantífera, e no sexto painel o financiamento de projetos diamantíferos.
No segundo dia, a conferência vai dedicar-se ao tema da responsabilidade social e a uma breve visita ao Polo de Desenvolvimento Diamantífero de Saurimo.
O secretário de Estado para os Recursos Minerais destacou a importância da realização deste evento numa altura em que o país atravessa “momentos críticos”, que se agudizaram com a pandemia de covid-19, para promover este produto nacional.
“Isso não significa que temos que ficar parados. Temos que promover e fazemo-lo não com recursos do tesouro, mas com recursos próprios das empresas, que vão financiar esta atividade. Porque é do nosso interesse, do país, que nós mostremos e darmos a conhecer de facto o que é que significa o diamante angolano, quais são as suas valências”, salientou.
Sobre os custos do evento, o presidente do conselho de administração da Empresa Nacional de Diamantes de Angola (Endiama), José Ganga Júnior, disse que não está ainda definido o orçamento final, mas indicativamente apontou o valor de cerca de 300 milhões de kwanzas (429 mil euros) comparticipados pelas empresas e participantes.