As condições dos hospitais, centros e postos médicos na província do Cuando Cubango preocupam os profissionais de saúde. A degradação das infraestruturas impede a prestação de um atendimento humanizado aos pacientes.
Tanto utentes, quanto profissionais sofrem com as pobres condições apresentadas pelos centros hospitalares da província angolana. Por exemplo, no hospital de referência em Menongue, quando chove o edifício fica inundado, provocando choques elétricos às pessoas.
Este facto já tinha sido reportado pelo administrador municipal de Menongue, Augusto Manuel Ndala, que visitou o hospital em outubro. A diretora interina da unidade hospitalar, Débora Tchissoca, afirma que “as condições precárias apresentadas imploram por uma estrutura condigna para um atendimento humanizado”.
Riscos para médicos e pacientes
Vasco António, um trabalhador contratado para prestar serviços na área da eletricidade, lamenta o estado de abandono do edifício. “O hospital está em péssimas condições, quando chove entra muita água que sai pelas tomadas, portanto a equipa que estiver de serviço apanha choques”, explica. O funcionário também aponta as camas de ferro como um problema, já que são condutoras de eletricidade, “aquilo é um risco contra o doente e a equipa que estiver de serviço”.
Augusto Manuel Ndala reconhece os problemas do edifício e diz à DW África que a reabilitação total está para breve, obra que está prevista no Plano Integrado de Intervenções aos Municípios (PIIM).
O administrador afirma que melhorar as condições do edifício é uma necessidade, já que este é uma infraestrutura de referência no município, “na segunda fase do PIIM está planeada a reabilitação do hospital, todas as questões administrativas e técnicas já estão acauteladas, só falta lançar o concurso”, garante. Ndala diz que a obra é essencial para que a equipa médica possa prestar melhores cuidados aos pacientes, mas não avança datas para a obra.
Soluções para evitar danos maiores
Daniel Nazaré, especialista de saúde na província do Cuando Cubango, diz não compreender porque é que a unidade hospitalar ainda não foi reabilitada. “Os órgãos de competência apropriados devem, ao máximo, oferecer soluções para atendermos à questão antes que nos venha a causar um dano maior”, afirma.
O profissional apela aos riscos que o edifício representa para os pacientes, “não é só no período chuvoso que entra água, no período seco entra poeira, que é um atentado à própria saúde dos doentes, que podem padecer de enfermidades extra-hospitalares”.