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Angola: Reforços policiais enviados para o “Alto Zambeze” devido a aumento de confrontos étnicos

Reforços da polícia anti-motim foram enviados para o Alto Zambeze, na província angolana do Moxico, face à intensificação de confrontos entre as etnias Luvale e Lunda Ndembo que já provocaram pelo menos um morto e vários feridos. Há baixas de ambos os lados e destruição de lavras.

Fontes locais disseram à VOA que um avião com reforços policiais foi enviado para a zona a pedido do Executivo local.

Os confrontos são motivados por conflitos de terras e os dois grupos têm usado azagaias e flechas nos confrontos.

“Até agora registou-se um morto da parte dos Lunda Ndembo e 17 outras do lado dos Luvale ficaram feridos”, disse um nativo pertencente aos Luvale, que se apresentou apenas por Jorge na conversa com a VOA, acrescentando que “ninguém pode ir até a área da etnia contrária, nem mesmo à lavra”.

Outro habitante que se identificou apenas como Quintas contou que “os Lunda Ndembo dizem que eles são muitos e querem ter também um rei, pois já não querem admitir ser governados por uma mulher, no caso a raínha Nhakatole”.

“As lavras dos Luvale foram queimadas, as pessoas tiveram de fugir da suas lavras, está mal aqui”, acrescentou a mesma fonte.

Há também informações de pessoas a fugirem para a Zâmbia como resultado dos confrontos.

O antropólogo José Lukombo Nza Tuzola afirma que esses dois grupos “estendem-se para além das nossas fronteiras, vão até ao Congo Democrático e Zâmbia”, mas que devido aos laços que os unem são considerados um mesmo povo.

Contudo, devido a “alguns antecedentes históricos das delimitações arbitrárias e o acesso às terras aráveis e minerais existe um conflito entre estas duas etnias”.

A VOA não conseguir falar com nenhuma entidade oficial.

 

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