O governador do Banco Nacional de Angola (BNA), José de Lima Massano, fez saber, esta terça-feira, no Huambo, que as enchentes que se registam nos bancos comerciais e Terminais de Pagamento Automático (ATM), têm os dias contados.
O dirigente, que falava no final de um encontro com a governadora da província do Huambo, Lotti Nolika, disse que as enchentes que se registam um pouco por todo país, principalmente no final de cada mês, por altura do pagamento dos salários, poderão ter o seu fim em Dezembro próximo, com a implementação do serviço Agente Bancário.
Referiu que o Agente Bancário irá funcionar em qualquer estabelecimento comercial de grande ou de pequena dimensão, com a finalidade de prestar serviços em nome dos bancos comerciais.
Nesta altura, conforme o governador do BNA, está em curso o processo de certificação dos bancos, com término previsto para a primeira quinzena de Dezembro, sendo que, neste momento, seis bancos já implementam o Agente Bancário em várias províncias do país.
“Basicamente, quem dispõe de um terminal de pagamento automático em um pequeno estabelecimento comercial ou de grande superfície, poderá permitir que os seus clientes passem a levantar dinheiro aí, permitindo ao comerciante ou prestador de serviço, ter uma comissão de até um por cento”, disse.
José de Lima Massano referiu que os funcionários públicos e demais clientes bancários poderão contar, nos próximos tempos, com serviços de pagamentos móveis, a serem disponibilizados pela operadora de telefonia móvel UNITEL.
Referiu que estes serviços, que já começam a se tornar numa realidade para os angolanos, vão reduzir a concentração de pessoas nas agências bancárias e nos ATM, no final de cada mês, para além de cobrirem a urgência que algumas regiões do país têm, em termos de agências bancárias.
Aviso 10 do BNA com o êxito desejado
Noutra parte das suas declarações, José de Lima Massano informou que o Banco Nacional de Angola se juntou ao PRODESI com o Aviso 10, que recomenda os bancos comerciais à concessão de crédito ao sector real da economia, tendo já disponibilizado cerca de 600 mil milhões de Kwanzas.
Sublinhou que o Aviso 10 é, até ao momento, um dos programas de grande sucesso do BNA, não apenas pelos valores financeiros atingidos mas, também, por estar a permitir sectores tradicionalmente como o da agro-pecuária, a ter acesso ao crédito em condições mais favoráveis.
Nesta conformidade, José de Lima Massano apelou as empresas a estruturarem devidamente os seus projectos, bem como a se empenharem na organização fiscal.
Deste modo, o governador do BNA fez saber que um dos grandes desafios da instituição passa pela garantia da estabilidade dos preços no sector económico, por estar a vivenciar novos fenómenos que não se limitam à realidade angolana, consubstanciados numa inflação por força da pandemia da Covid-19, da seca e de outros factores.
Apesar disso, referiu que a estabilidade do sistema financeiro do país está a bom nível, com as instituições devidamente capitalizadas.
Segundo o governador, do ponto de vista de normativas, não existem grandes situações, com excepção do processo de reestruturação do BPC e um conjunto de medidas de natureza correctiva que se está a aplicar em alguns bancos.
Durante dois dias de trabalho à província do Huambo, o governador do BNA prevê um encontro com os trabalhadores da delegação local do Banco Nacional de Angola, visita a empreendimentos/projectos socioeconómicos, no âmbito do Aviso 10, e uma intervenção (via zoom) no X Fórum de Economia e Finanças, seguindo depois, quarta-feira, para a vizinha região de Benguela.
O BNA, nos termos da Constituição da República de Angola, é uma entidade com vocação primária para assegurar a estabilidade de preços na economia do país, sendo esta a sua missão principal que se junta à estabilidade do sistema financeiro.