O Presidente angolano, João Lourenço, inaugurou hoje o antigo Hospital Sanatório de Luanda, uma infraestrutura colonial reabilitada e alargada para atender doenças do foro cardiopulmonar permitindo diminuir o envio de doentes para o exterior do país.
Na cerimónia de inauguração, a ministra da Saúde de Angola disse que as obras de reabilitação e extensão desta infraestrutura, agora denominada Complexo Hospitalar de Doenças Cardiopulmonares Cardeal Dom Alexandre do Nascimento, tiveram início em 2018 e terminaram este mês.
Sílvia Lutucuta disse que foram edificados 49.940 metros quadrados, sendo 34.770 metros quadrados de ampliação e 11.907 metros quadrados de reabilitação.
O hospital tem cinco torres de quatro pisos, um corpo de ligação, um edifício de formação com laboratório de simulação médica, um edifico técnico, um pavilhão anexo, edifício colonial reabilitado e modernizado, bem como arranjos externos, vias de acesso e estacionamento para 450 viaturas.
O complexo hospitalar conta com 500 camas, sendo 300 na área de reabilitação e ampliação, das quais 162 com pressão negativa, 48 com pressão positiva/negativa, uma inovação na rede de serviços de saúde do sistema de saúde, 90 camas normais e com capacidade de se realizar hemodiálise em 40 e 200 no pavilhão anexo.
Segundo a ministra, naquele hospital serão prestados serviços de alta complexidade nas especialidades de cirurgia cardíaca, vascular e torácica; cuidados Intensivos; neurocirurgia; cardiologia; pneumologia; cirurgia Geral e torácica; angiologia; obstetrícia com doença cardíaca materna ou fetal; pediatria; medicina interna; endocrinologia; neurologia; nefrologia; gastrenterologia; alergologia; reumatologia; infecciologia; oftalmologia; otorrinolaringologia e urologia.
O funcionamento desta unidade é garantido por um quadro de pessoal de 2.106 profissionais nas várias categorias, entre médicos, enfermeiros técnicos de diagnóstico, apoio hospital, sendo o regime geral do quadro previsto de 3.246 pessoas.
“Estamos comprometidos, senhor Presidente, a fazer desta uma unidade sanitária de referência, no país e além-fronteiras, a instituir um novo modelo de gestão e a mobilizar outras fontes de financiamento que não o Orçamento Geral do Estado, com parcerias seguras e, desta forma, criar condições para todos, independentemente do seu estrato social, que necessitem de cuidados médicos de referência de alta complexidade”, disse a ministra.
Esta unidade, antes conhecida como “corredor da morte”, vai reverter o número de pacientes com necessidades de evacuação para o exterior do país, disse a ministra.
Em declarações à imprensa, no final de uma visita guiada ao hospital de perto de quatro horas, o Presidente angolano disse que este era um edifício velho, degradado, que visitou no dia 15 de dezembro de 2017, sublinhando que, “na altura, muitos não entenderam como é que um chefe de Estado visita um sanatório”.
“Ao fim de pouco mais de dois anos, temos este hospital que a todos nos orgulha pelas capacidades que tem, pelos serviços que oferece aos angolanos, que eram encontrados durante muitos anos para além-fronteira, era preciso viajar-se para a Europa, para a África do Sul, para outros pontos do mundo, não só para se tratar, mas até para um simples diagnóstico tinha que se fazer essa deslocação, quase sempre à custa do erário público”, reconheceu João Lourenço.