A horas do início do XIII congresso da UNITA, há convicções distintas quanto a realização da reunião magna do principal partido da oposição em Angola. Congresso que vai eleger o único candidato arranca amanhã em Luanda.
Enquanto um grupo, que diz ser a maioria, garante que o congresso “já começou”, outro, integrado por subscritores da providência cautelar ao Tribunal Constituicional, afirma não haver “clima” para o congresso.
Adalberto Costa Júnior, o único candidato à liderança, está convicto de que o congresso vai mesmo acontecer amanhã.
“O sonho desta gente é travar o congresso, adia-lo, fazer a descontinuidade do partido para a alternância e escolher um candidato que lhes convém, nós temos condições de dar a volta a isso”, afirmou o candidato em conversa com jornalistas, na qual apontou quem está por trás dessa campanha.
“O Gabinete da Acção Psicológica que usa dinheiros de todos nós, para comprar consciências, são feitas à luz do dia, como jamais visto, acho que é altura de partirmos para batalha judicial dentro e fora do país”, continuou Costa Júnior, quem manifestou a sua vontade de “ver todos aqueles que animaram um discurso contraditório dentro do partido com coragem para me enfrentar na corrida à presidência e sujeitarem-se ao voto dos militantes”.
“Não há clima”
Em sentido contrário, Filipe Mendonça um dos subscritores da providência cautelar para travar o congresso, diz continuar a defender a ideia de que é precipitado realizar o congresso agora, mas sim dentro de três meses.
“Constatamos naquele dia (reunião da Comissão Política da UNITA, a 20 de Outubro) uma clara violação dos direitos fundamentais com ameaças de morte, as pessoas a serem agredidas antes e durante os trabalhos, isto levou-nos a submeter ao TC uma providência cautelar para anular ou parar tudo”, explica Mendonça, quem refuta a acusação de os opositores terem sido aliciados pelo MPLA.
“Não recebemos nada do MPLA, eu lhe confesso, eu sou cidadão da Buala, não vivo em nenhum condomínio, eu só ando à pé e de táxi, qual dinheiro que eu recebi?”, afirma Mendonça, esclarecendo não ser contra a candidatura de Adalberto Costa Júnior, mas sim a forma como se agendou o congresso.
“Neste momento, não há clima para a realização do congresso, não havia como surgir alguém para se candidatar, mas num prazo de três a quatro meses estaríamos melhor organizados”, sustenta.
Entretanto, a UNITA garante que o congresso está preparado para arrancar na quinta-feira, 2, os jornalistas estão acreditados para o evento, os delegados já se encontram em Luanda e nesta tarde o candidato colocou-se à disposição deles para trocas de opiniões.
Ontem, Adalberto Costa Júnior reuniu-se com jornalistas e outros fazedores de opinião.