O Presidente do MPLA, João Lourenço recomenda aos militantes e às organizações de base do partido no poder, a trabalhar para a conquista de uma “vitória retumbante” nas eleições de agosto de 2022.
João Lourenço (JLO) que discursava neste sábado (12.12), no ato de massa que marcou o encerramento do oitavo congresso Ordinário do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), que o reelegeu e para a comemoração dos 65 anos de existência do, prometeu também dar o seu máximo para a vitória eleitoral no próximo ano.
JLO consolidou o seu poder no partido que governa Angola desde a independência do país, depois ter sido reconduzido à presidência do partido com cerca 98% dos votos, no oitavo congresso o MPLA.
Assim, o político quer agora a todo o custo ser reeleito à Presidência da República, apesar de ter uma governação muito contestada face as suas políticas públicas.
Essas críticas segundo João Lourenço, não passam de “falácias” dos seus detractores, por isso que recomenda aos militantes do MPLA a estarem mais motivados para a reconquista do poder político em Angola.
“Então, vamos todos, os membros eleitos do comité central, os militantes, simpatizantes e amigos do MPLA trabalhar e eu vou ajudar”, disse JLO.
Festa da vitória em agosto de 2022
Quando ainda faltam pouco mais de nove meses para as eleições presidenciais, o líder do MPLA já pensa na vitória.
“Vamos todos trabalhar na organização da próxima festa que será a festa da vitória em agosto de 2022. Todos nós vamos trabalhar, cada um fazendo a sua parte”, disse João Lourenço acrescentando que “temos a certeza que com o empenho do jovem, empenho da mulher e com o empenho dos nossos militantes, podemos com alguma certeza dizer que esta festa de agosto de 2022, já está”, sublinha.
O presidente do MPLA entende que o primeiro desafio dos seus militantes para garantir reconquista da vitória nas eleições é mobilização dos cidadãos para o registo eleitoral.
“A prioridade é trabalharmos no sentido de garantir que os cidadãos angolanos geralmente, mas em particular os nossos militantes, simpatizantes, amigos e outros militantes que não se enquadram nesta categoria, mas reconhecem que somos um partido muito sério e é em nós que devem votar, regularizem a sua situação de eleitor”, recomendou.
Garantias das estruturas de base
As estruturas de base do partido dos camaradas como a JMPLA, braço juvenil do MPLA e a Organização da Mulher Angolana (OMA), garantem que já trabalham na mobilização das comunidades.
Em declarações à imprensa, Joana Tomás, a secretária-geral da OMA, diz que a entrada de mais mulheres na direção do MPLA vai garantir mais votos para João Lourenço nas eleições gerais.
“No próximo ano nós (mulher) temos que garantir a vitória do MPLA”, prometeu Joana Tomás, para quem “as mulheres angolanas celebram connosco esta paridade para dizer que é possível trabalharmos lado a lado, homens e mulheres para o crescimento do nosso país”, frisou a líder da organização feminina do partido no poder em Angola.
Fruto da crise social que se vive em Angola, marcada com alto índice de pobreza e fome, bem como a propaganda “falhada” de combate a corrupção, o MPLA perde aceitação na população, principalmente nas zonas urbanas onde se registam queixas de falta de emprego.
O poder de compra dos angolanos baixa diariamente devido ao elevado preço da cesta básica.
Melhorar as condições de vida dos angolanos é o principal desafio que o MPLA terá de vencer nos próximos tempos, segundo o secretário para mobilização urbana dos camaradas em Luanda, Bento dos Santos Kangamba.
“Vamos ganhar as eleições em 2022”, garantiu Kangamba adicionando que “não estamos só preocupados com as eleições de 2022. Estamos preocupados com a criação de condições para as populações”, enfatizou.
Num outro desenvolvimento o Bento Kangamba diz que o seu partido quer reduzir o preço da cesta básica em Angola porque segundo ele “queremos que os trabalhadores com o poder de compra. Isso é que o mais importante”, afirmou Kangamba.
Jogo sujo
A boa governação é o grande desafio que o MPLA tem pela frente, quando o seu líder tem oito meses na Presidência da República, segundo o analista político Olívio N’kilumbo.
Com este histórico de má governação, o partido no poder vai “jogar sujo” para vencer as eleições, segundo N’kilumbo.
“Angola não é uma democracia”. E as manobras pré-eleitorais que estão a ser feitas visam desalojar a intenção da oposição que quer a alternância, observa o politólogo, acrescentando que “as ações feitas de anulação de congresso [da UNITA], a captura da imprensa, a lei eleitoral fraudulenta e outras ações que asfixiam os partidos na oposição, são ações que mostram que o MPLA tem poucas soluções limpas”.
Perante este quadro, diz o analista que “vai ser desafiante, por exemplo, o Presidente João Lourenço ser reeleito. Ele cria condições para desacreditar os partidos na oposição para avançar sozinho”.
Adalberto Costa Júnior
João Lourenço e o MPLA terão como grande adversário Adalberto Costa Júnior, líder da UNITA, que carrega consigo a Frente Patriótica Unida, plataforma política que congrega para além do galo negro, o Bloco Democrático, PRA-JA Servir Angola e a sociedade civil.
O jornalista angolano José Gama, prevê uma disputa eleitoral desigual entre o MPLA e a oposição.
“Adalberto Costa Júnior vai para uma luta desigual porque o seu adversário tem o Estado, a comunicação social, os serviços de segurança, a polícia, as forças armadas, a Comissão Nacional Eleitoral (CNE), os tribunais e todo o aparelho a seu favor”, entende o jornalista.
Mas para Gama, “tendo em conta que estamos no Estado de direito e democrático Adalberto Costa Júnior não lhe resta nada pegar-se na lei e fazer uma boa fiscalização”, conclui.