Valente Bizerra Luís, antigo vice-presidente do conselho de direcção da IURD em Angola e actual líder da “ala reformista”, afirmou que a Igreja Universal do Reino de Deus, não faz parte de uma associação criminosa de cariz internacional.
Interrogado nesta quinta-feira, 13, na retomada do julgamento conhecido como “caso IURD”, o queixoso disse que “a máfia não está na igreja”, enquanto organização que prega a palavra de Deus “mas sim nos pastores destacados na congregação”.
O irresponsável da IURD em Angola disse ser membro da IURD Angola há mais de 20 anos, disse aos juízes não ter provas de que a igreja terá feito transferência de somas avultadas em dinheiro para a República Federativa do Brasil.
Questionado sobre quais eram os destinos dados a esses valores, Valente Bezerra Luís não soube dizer.
Na audiência desta quinta-feira, 13, “o antigo vice-presidente do conselho de direcção da Igreja Universal do Reino de Deus (IURD) no país, actual líder da ala angolana, disse esta quinta-feira, 13, em tribunal, que este julgamento só agora aconteceu por causa do programa de combate à corrupção levado a cabo pelo Presidente João Lourenço, acusando o Executivo de José Eduardo dos Santos (JES) de proteger os dirigentes da IURD”.
Valente Bezerra Luís, garantiu que vários pastores e bispos apresentaram queixas e denúncias às autoridades, mas não foram levados a sério.
O juiz principal não gostou e advertiu-o: “Senhor bispo Valente Bezerra Luís, isso é discurso político e não vamos entrar por aí”, advertiu o Juiz principal da causa.
Aos juízes, o bispo assegurou que a Igreja Universal do Reino de Deus não é uma igreja criminosa, “apesar de ter bispos e pastores que não são boas pessoas”.
Sobre a situação da prática de vasectomia na igreja, o bispo da ala angolana, aproveitou a ocasião para esclarecer que, os pastores que a faziam não eram obrigados, mas recebiam um tratamento menos bom dos líderes em relação aos que faziam.
Quanto à famosa “Fogueira Santa”, o antigo vice-presidente do conselho de direcção da IURD em Angola e actual líder da ala angolana disse que a mesma visa apenas a salvação das almas e dar bênçãos aos crentes, tal como assegurou no seu depoimento o bispo brasileiro Honorilton Gonçalves.
Sobre a finalidade das doações da “Fogueira Santa”, respondeu que tinha a finalidade de abençoar os fiéis, mas que notou depois que “muitos pastores extorquiam os fiéis e davam outros destinos às ofertas”.
As sessões de quarta e quinta-feira ficaram marcadas pela ausência do advogado da parte queixosa, David Mendes.
Quem também está ausente das sessões de julgamento é o bispo brasileiro, Honorilton Gonçalves, ex-líder espiritual da IURD em Angola e Moçambique, que se encontra no Brasil onde passou a quadra festiva.
São arguidos neste julgamento os bispos e pastores Honorilton Gonçalves, António Miguel Ferraz, Belo Kifua e Fernando Henriques Teixeira, todos acusados dos crimes de associação de malfeitores, evasão de divisas, branqueamento de capitais e violência doméstica.