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COVID-19: OMS preocupada com “grande número de angolanos” sem a segunda dose da vacina

A representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Angola manifestou hoje, em Luanda, preocupação com a quantidade de pessoas que apanharam a primeira dose da vacina contra a covid-19 e ainda não regressou para tomar a segunda. Djamila Cabral, representante da OMS em Luanda, apela à necessidade de sensibilizar a população para tomar a segunda dose.

Djamila Cabral, que comentava, em declarações à agência Lusa, a redução significativa de casos de covid-19 no país, depois do registo, entre dezembro de 2021 e janeiro deste ano, de um aumento drástico de casos, disse que é preciso as autoridades continuarem a incentivar as pessoas a fazer a sua vacinação e no caso de Angola “principalmente, a segunda dose”.

“É muita gente que já tomou a primeira dose, mas não vai tomar a segunda, temos que continuar a sensibilizar”, disse.

Segundo Djamila Cabral, é preciso também que as autoridades continuem a aumentar o acesso aos pontos de vacinação, criar novas estratégias, novas maneiras para atingir as pessoas que ainda não tomaram a segunda dose.

A representante da OMS frisou que “a desinformação, até a má-fé que é veiculada” estão na base dessa resistência à vacinação, nesse sentido é necessário um trabalho maior de informação e sensibilização.

“As notícias que fazem medo têm uma tendência a propagar-se e as pessoas acreditam. No fundo, tem todo um trabalho que estamos a fazer, estamos a apoiar também o Ministério da Saúde a fazer, que é de encontrar essas mensagens nas redes sociais e tentar contrapor, argumentar para tentar desacreditar essas mensagens, mas na verdade elas ainda têm muita influência e penso que, pelo menos, uma parte da resistência à vacinação vem daí e outra parte do facto de as pessoas não estarem a ver muitos casos”, disse.

Para Djamila Cabral, esses são fatores que favorecem a continuação da transmissão e o aparecimento de novas variantes.

“Não há nada que possa fazer prever que a nova variante vai ser mais forte ou mais fraca do que aquelas que já tivemos. Podemos sempre correr o risco de ter uma variante que seja muito mais perigosa do que as que já tivemos”, sublinhou.

Face à redução significativa de casos da covid-19, as autoridades angolanas aliviaram as medidas de prevenção e combate à doença no último decreto sobre o estado de calamidade, incluindo a reabertura das discotecas, mas mantiveram a interdição de acesso às praias e piscinas públicas, decisão que tem sido questionada pela sociedade.

Sobre o assunto, a representante da OMS referiu que os países analisam a sua situação e avaliam aquilo que pode contribuir ou não para a pandemia e vão tomando as medidas.

Djamila Cabral realçou que esta medida poderá ter a ver com o facto de autoridades pretenderem um alívio gradual das restrições porque “as pessoas como veem poucos casos têm tendência a não cumprir”.

“Se se relaxar também tudo de uma vez pode ser que não seja muito bom. Eu acredito que a comissão do Ministério da Saúde, o Governo, tenha avaliado e balanceado, porque é tudo uma questão de balanço e de equilíbrios. Às vezes dá certo, às vezes dá menos certo. Foram abertas as praias uma vez e de repente o número de casos voou de novo”, disse.

“Também aprender com a experiência faz parte de todo esse processo. Acredito que haja razões para se ir com cuidado e é a recomendação que a OMS faz. Não há uma fórmula que seja boa para todos os países, cada país tem os seus dados, tem a sua realidade, os seus problemas sociais, económicos e sanitários, então cada país tenta avaliar, vai fazendo, desfazendo as medidas, volta para trás, avança”, acrescentou.

Nesse sentido, prosseguiu a representante da OMS, “Angola tem sido realmente muito exemplar”.

“Porque temos tido as medidas certas, que foram sendo tomadas e que quando necessário voltou-se para trás. Penso que se todos colaborarem podemos chegar a um ponto em que haverá mais afrouxamento das medidas, mas o facto de ir devagar, para nós, é realmente bom sinal, é o caminho que devemos ir. Ir devagar para ir vendo como é que nos adaptamos ao retorno à vida quase normal”, sublinhou.

 

 

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