Falta de tempo para fazer longas filas nos postos de vacinação e desconfiança em relação às vacinas aplicadas são apontadas por alguns residentes de Luanda como causas para não tomaram a vacina, inclusive por parte de quem já tomou a primeira dose. Alguns temem que vacinas expiradas possam estar a ser aplicadas.
Em Luanda, a representante da Organização Mundial da Saúde (OMS) em Angola manifestou nesta terça-feira, 15, a sua preocupação com o facto de muitas pessoas que tomaram a primeira dose não terem procurado os serviços competentes para receberem a segunda dose.
Citada pela imprensa local, Djamila Cabral pediu às autoridades a abertura mais locais de vacinação e novas estratégias para levar as pessoas a tomaram a segunda dose.
O funcionário público Adolfo Pereira teme que a segunda dose lhe cause problemas como na primeira.
“Não vou apanhar a segunda dose porque não me sinto seguro, quando apanhei a primeira fiquei com o braço bastante dolorido”, lembra Pereira.
Quem também, por agora, recusar voltar aos postos de vacinação para a segunda dose é o professor Mário Constantino que desconfia da qualidade das vacinas, depois de milhares terem expirado o prazo de validade.
“Não é credível, não acredito, imagine que essas vacinas expiradas estão a ser dadas aos cidadãos, eu nem sei se vou apanhar a segunda dose”, admite Constantino.
Entretanto, há quem nem tomou a primeira dose por causa da burocracia do sistema de vacinação.
“Não apanhei porque não tenho tempo, eu trabalho e não tenho como ir ficar nas filas, é preciso que venham até às portas dos cidadãos como nas vacinas das crianças”, afirma o também funcionário público, António Vunge.
Cobertura
Até o passado domingo, 13, dados do Governo angolano indicavam que tinha sido administradas 15,5 milhões de doses, com 5,9 milhões de pessoas totalmente vacinadas, o que representa 15,5 por cento da população alvo.
Desde o início da pandemia, em Março de 2020, o país não registou pela primeira vez qualquer caso no domingo.
Entretanto, o país tem um acumulado de 98.514 casos, dos quais 1.898 resultaram em mortes.