O Governo do Japão doou 1,1 milhões de dólares (cerca de um milhão de euros) para apoiar atividades de desminagem nas províncias angolanas do Cuanza Sul e Moxico, no âmbito de um programa de assistência da embaixada do país asiático em Luanda.
A cerimónia de assinatura de acordos no âmbito do Programa de Assistência a Projetos Comunitários e Segurança Humana da embaixada nipónica foi hoje realizada em Luanda entre as organizações não-governamentais (ONG) angolana Associação de Profissionais Angolanos de Ação contra Minas (Apacominas) e a britânica Mine Advisory Group (MAG), que vão implementar o projeto.
Na sua intervenção, o diretor-geral da Agência Nacional de Ação contra Minas, Leonardo Severino Sapalo, disse que vão beneficiar deste financiamento os municípios de Quibala, na província do Cuanza Sul, e do Luena, capital da província do Moxico.
Segundo Leonardo Severino, na Quibala, o projeto será executado pela Apacominas, com um custo avaliado em 580.219 dólares (522.390 euros), numa área de cerca de 2,9 milhões de metros quadrados, beneficiando diretamente mais de 3.000 pessoas e indiretamente perto de 15.000 outras.
Na cidade do Luena, o projeto será executado pela MAG, encarregue da limpeza de uma vasta área, com o custo de 600.976 dólares (514.079 euros), em benefício direto de 12.772 pessoas.
“Este ato traduz-se num gesto de pleno significado e que ilustra bem os laços entre os nossos dois países, assim como representa um impulso significativo no esforço abnegado da comunidade internacional pelo apoio ao nosso país na erradicação do flagelo das minas, que atentam a segurança das nossas populações e que continuam a vitimar pessoas inocentes”, referiu Leonardo Severino.
O responsável destacou que o Japão é um dos países considerados, há muito, principal doador do programa nacional de desminagem da República de Angola, augurando que este apoio continue, tendo em conta o compromisso de Angola, como Estado-parte da Convenção de Otawa, em declarar o país livre das minas em áreas conhecidas até 2025.
As minas continuam a fazer vítimas em Angola, país que chegou a ocupar lugares cimeiros na lista das regiões mais minadas no mundo, devido ao longo período de guerra que se registou no território angolano.
No final do mês passado, “o Governo angolano manifestou-se preocupado com o aumento de acidentes com minas e outros engenhos explosivos não detonados, um pouco por todo o país, sendo as crianças as principais vítimas”.
Em fevereiro, foram registados dois acidentes, nas províncias do Bié e Cunene, com o resultado de cinco mortos, dos quais três crianças e dois adultos.