O MPLA, partido no poder em Angola, atribuiu hoje responsabilidades pelos confrontos que envolveram militantes partidários no Uíje à UNITA (oposição), afirmando que este foi sempre o seu “comportamento” e apelou às autoridades que levem os responsáveis a tribunal.
“Uma imagem vale mais do que mil palavras. Esse sempre foi o comportamento dos senhores da UNITA. Vejam o histórico e vejam de quem é esse comportamento. Os vídeos são mais do que evidentes”, respondeu o porta-voz do Movimento Popular de Libertação de Angola (MPLA), Rui Falcão, à Lusa, instado a comentar a versão da UNITA, que culpa os militantes do partido no poder pelas agressões.
“O único comentário que nos merece é a nossa solidariedade para com as vítimas e o apelo às entidades policiais para que detenha os autores de tamanho crime e os encaminhe, tão rápido quanto possível, para as barras dos tribunais. Sejam quem forem, incluindo os autores morais”, acrescentou ainda o dirigente do MPLA.
A União Nacional para a Independência Total de Angola (UNITA) denunciou hoje, em conferência de imprensa, em Luanda, a existência de “terrorismo de Estado e prisões arbitrárias” de 35 militantes do partido, na sequência dos conflitos.
As alegadas prisões arbitrárias de militantes do maior partido na oposição angolana, surgem no âmbito de confrontos, registados no sábado passado, supostamente com militantes do MPLA.
Segundo o secretário-geral da UNITA, Álvaro Chikwamanga Daniel, os incidentes registados no sábado, em Sanza Pombo, tiveram origem no seio de militantes do MPLA que “tentaram inviabilizar” um ato de celebração dos 56 anos do seu partido.
Nas redes sociais circularam imagens que retratam os incidentes de Sanza Pombo, que terão resultado também em feridos e na vandalização da emissora municipal da Rádio Nacional de Angola (RNA).
O secretário provincial da UNITA no Uíje, Félix Simão Lucas, apresentou, na ocasião, fotografias que retratam o confronto de sábado, com alguns feridos e danos materiais, referindo que o MPLA se sobrepôs ao ato da UNITA, previamente comunicado às autoridades.
Félix Simão Lucas deu conta que os ataques aos militantes da UNITA, supostamente protagonizados por membros do MPLA, começaram à entrada do município de Sanza Pombo, com barricadas nas estradas, e nas aldeias circunvizinhas onde os militantes do seu partido terão sido apedrejados.